segunda-feira, 9 de junho de 2014

Déjà vu

Os músculos retesam, fazendo surgir dores aqui e ali. O estômago relembra queimações que há tempos não apareciam. Pequenos erros, aborrecimentos, contratempos, que vão dando o tom do que será essa semana. Ou não.
Treino discursos imaginários, cuja chance de acontecerem de verdade é muito grande.
Prevejo uma noite agitada.
Antecipo situações.
Sofro de véspera, como isso pudesse me preparar para o pior.
E, no fim das contas, só posso saber o que quero. E o que não quero. O resto é uma incógnita. 

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Pollyanna e a moeda

Ver as coisas pelo lado bom não é apenas uma forma Pollyanna de ser. É a maneira de seguir em frente sem se prender ao que de ruim aconteceu. É de fato enxergar que coisas produtivas podem surgir de uma situação aparentemente adversa. É tomar o baque, aprender e voltar a caminhar.
Não sou muito adepta do outro lado da moeda, que é o famoso "poderia ser pior". É mais ou menos assim: tropeçou e caiu? Poderia ser pior, poderia ter quebrado o braço. Ou: foi roubada? Poderia ser pior, poderia ter sido sequestrada, estuprada e esquartejada. E ainda: caiu em um buraco? Poderia ser pior, poderia ter ido parar no núcleo da Terra e ter morrido queimada de lava. Acho que já deu para entender, né?
O que me irrita no "poderia ser pior" é que sempre pode ser pior, sempre tem alguém em uma situação pior do que a nossa corta para a foto do garotinho sem braços e sem pernas para fazer você se sentir culpada por estar reclamando que não faz as unhas em um salão há mais de mês. Não há nada que esteja tão ruim que não possa piorar. Fato.
O grande lance de ver as coisas pelo lado bom é ser algo que só depende de nós se esse mundo ainda tem jeito, apesar do que o homem tem feito.... Porque não basta ver, não temos uma postura de espectadores nesse caso. Normalmente, nós temos de fazer essa coisa boa acontecer. Ela não vai cair do céu, embora eu tenha de admitir que às vezes coisas ruins acontecem para evitar acontecimentos bem piores, mas só percebemos isso depois de ter bradado e amaldiçoado a tudo e todos ao redor então, de certa forma e da forma da crença de cada um, caiu do céu
Se nós vivemos imersos, boa parte do tempo, em situações que não são as ideais, as mais confortáveis e agradáveis, pressionados por prazos, produtividade e metas, tentando fazer malabarismos para o dinheiro render, a conta fechar e o mercado não faltar, então não são poucas as vezes em que somos obrigados a decidir de que forma vamos ver as coisas.
Não se engane, essa é uma escolha que vai permear a sua vida e definir como ela será dali por diante. E aí, no cara e coroa da vida, você torce para que face da moeda caia virada para cima?