sábado, 31 de agosto de 2013

Amigos. Para que mais?

Num dia em que tive de fazer a ginástica para dar conta dos compromissos em seis lugares diferentes acorda às 05:00h, vai para academia, volta para casa, se arruma, vai para um curso, pega um táxi, vai para o trabalho, marido pega no trabalho, deixa marido no trabalho dele, vai para a massagem, joga uma água no corpo, vai encontrar a amiga, arrasta a amiga para o aniversário de um outro amigo, volta para casa às 23:30h, morta, mas feliz tive a certeza mais certa de todas de que os amigos, se não são tudo, são quase tudo em nossa vida.
Amigos que vão, amigos que vêm, amigos que vão e vem. E que ficam, claro.
Encontrei uma amiga querida que não via pessoalmente desde fevereiro. E o papo? Ah, esse flui como sempre. Entre risadas, conversa séria e macarons, as horas passam num piscar de olhos.
Daí para o aniversário de outro amigo, onde estavam outros tantos e também gente que eu não conhecia, mas nem por isso menos interessante. Encontrar e reencontrar pessoas, colocar as fofocas em dia, dar risada, falar bem e mal de um bando de gente, conversar sério, cada segundo ao lado dessas pessoas é especial. Aí a gente fica rezando para não ter sono, para não sentir o cansaço depois de um dia puxado, para aguentar mais um pouquinho antes de capotar.
Ficamos ali, olhando para aquelas pessoas e se sentindo em casa, multiplicando e dividindo sentimentos, a alegria do reencontro, a felicidade pelos que estão indo para longe brigando com a saudade que começou mesmo antes da despedida. E, desabando na cama, sorrimos pensando que não há riqueza maior nessa vida.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A difícil tarefa de ser mulher

Eu nunca me senti discriminada por ser mulher, não no sentido de ter de provar para os outros que sou boa nisso ou aquilo ou que sou tão boa quanto um homem para fazer determinadas coisas. Já passei por situações em que tive de me impor para mecânico ou pedreiro, que achavam que eu não entendia nada do que estava acontecendo, mas acabei por mostrar que não adiantava tentar me enrolar com a rebimboca da parafuseta que comigo não colava.
A situação sobre a qual quero falar é outra. É a dificuldade de ser mulher por ser tratada como um pedaço de carne. É me sentir tolhida na minha feminilidade, porque se eu andar na rua com algo mais provocante do que uma burca estou sujeita, para dizer o mínimo, a palavras desrespeitosas. E olhe que nem faço o tipo gostosona e tal, mas já cheguei à conclusão que, para estar sujeita a essas gracinhas machistas, basta, me desculpem os termos, ter uma xereca no meio das pernas.
Então ficamos assim. Saiu com roupa da academia? Pimba, vai ouvir um gostosa, tesuda ou um outro"uda" qualquer.
Sua roupa é colada? Xiii, aí você vai ouvir não só que é gostosa, mas ainda vai ganhar, de brinde, um "assovio" típico, que indica o quanto você provoca todos os instintos sexuais do galanteador.
A saia é curta e colada? Aí, gata, me desculpe, mas você é puta. E, como puta, está sujeita a todo tipo de gracejos baixos e, não duvide, até a uma apalpada, quem sabe. Afinal, se você está saindo vestida desse jeito, é porque o seu intuito é chamar atenção sim, então não pode reclamar.
Definidos os parâmetros de nossa vestimenta e do tipo de reação que ela pode pode provocar, digo aqui como me sinto quando escuto os "elogios". Aliás, de como sempre me senti, porque afinal, os cretinos não respeitam idade, nada. Sabe aquela "colocou no sol, fez sombra", "jogou na água fez tchibum", é bem por aí.
A minha vontade é voltar e dizer um par de desaforos. É perguntar que ousadia eu dei para o cara olhar minha bunda, minhas coxas, meus peitos. Juro, se eu tivesse uma arma, era capaz de perder a cabeça. Mas Deus, sabendo bem como fez meu temperamento, me botou com 1,53m, que é para, mesmo que eu quisesse, não pudesse nem tentar fazer concurso para polícia.
Outro dia, li um texto em que a autora falava que era estuprada todos os dias, por conta dessas coisas que somos obrigadas a ouvir. Não sei se posso chegar a tanto, mas o sentimento de impotência é tão grande, gera um ódio tão corrosivo, que não posso condenar quem realmente se arrisca e toma atitudes mais drásticas, como tirar satisfação com o imbecil de plantão ou coisa pior.
Enquanto não tenho um surto de raiva, vou fazendo o que posso. Prefiro me arriscar por entre os carros para não passar por um grupo de homens, não ando por lugares em que fique encurralada, evito usar roupas sensuais e provocantes sem estar acompanhada é, às vezes me sinto na Índia ou no Egito... E sonho com o dia em que haja policiais perto quando uma situação dessa acontecer, que é para, pelo menos, tentar dar um susto no assediador. Se bem que eu já ouvi piadinha de policial. E até de um menininho de 03 ou 04 anos, devidamente orientado pelo seu papai. É, acho que vou ter de recorrer às armas.

domingo, 18 de agosto de 2013

Bodas de aço

Ontem, dia 17/08/2013, fiz 11 anos com Erico.
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer às várias felicitações que recebemos. Fico emocionada de ver pessoas que não só torcem, mas comemoram conosco cada nova vitória. E, venhamos e convenhamos, em tempo de relacionamentos relâmpagos, fazer 11 anos de namoro/noivado/casamento não é para qualquer um.
Comemorar bodas de aço significa que não vou zerar meus anos de relacionamento só porque casei. Afinal, já comemorei bodas de papel, algodão, açúcar, estanho... Que sentido faz começar tudo de novo?
Ainda mais que este ano são bodas de aço. Nervos de aço. Homem e mulher de aço. Quer algo mais simbólico? Aço inoxidável. Maleável. Dúctil. Como um relacionamento deve ser. Não se deixar corroer pelos dissabores do tempo e da rotina. Saber se moldar às mudanças e às situações que se apresentam. Aceitar e entender as transformações antes do rompimento.
Não quero que fique parecendo que julgo ou condeno quem não quer ter um relacionamento durável. Também não estou aqui alardeando que tenho um relacionamento perfeito, de comercial de margarina até porque odeio margarina. Que não brigo por besteira. Que não vou dormir de birra muitas vezes. Que não me deixo absorver pela dinâmica louca da vida e, quando percebo, mal falei com meu marido ao longo do dia. 
O fato é que hoje brigamos muito menos do que antes. Amadurecimento? Provavelmente. Ou certeza de que queremos ficar juntos e que não vale a pena alimentar coisas pequenas. Vamos guardar as energias para as brigas importantes, porque elas, mais cedo ou mais tarde, acontecerão.
Não sei se o fato de nos mantermos, de certa forma, independentes, é o segredo do nosso sucesso e de nossa modéstia. Sempre tivemos interesses e atividades que somente diziam respeito a nós. Era como nosso espaço privado. Erico curte música, toca com amigos e amigas sem NENHUM problema de minha parte com isso, brinca de fazer aparelhagens eletrônicas para instrumentos. Eu tenho cá minha malhação, meu curso de italiano, agora meu curso de fotografia... Ou seja, Erico e Marcella existem independentemente de Marcella & Erico, se é que ficou claro. 
Sei que muitos casais funcionam dividindo tudo e mais um pouco até coisas que considero hiper ultra mega desnecessárias e até nojentas. Casais que fazem tudo e quando eu digo tudo, é tudo mesmo juntos. Casais que se falam o tempo todo né, Bárbara e Magali?. Casais em que cada um é incapaz de pensar no que quer sem pensar no que o casal quer. Casal que não consegue fazer planos individuais, como se os sonhos fossem todos divididos. Com a gente isso não funciona. Sempre procuramos manter uma parcela significativa de nossa individualidade. É claro que muita gente pode achar que essa individualidade significa afastamento, falta de interação. Ou seja, tudo é a perspectiva.
Como eu digo, cada casal tem a sua dinâmica, suas regras. O que importa é que sejamos todos felizes e saudáveis como casal. Que comemoremos bodas e mais bodas. Que estejamos juntos porque queremos. Que jamais deixemos faltar respeito e compreensão. Que nos façamos bem. Que saibamos rir um com o outro e um do outro. Que existam noites em que não possa existir aconchego maior do que simplesmente dormir abraçados. E que o amor seja a cola que nos une em busca do objetivo maior: ser feliz.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Quereria (futuro do pretérito do verbo não me conte seus problemas)

Hoje eu queria um pouco mais de resignação. Talvez um pouco mais de paciência. E um tantinho de abnegação. Queria respirar fundo e desligar. Queria fechar os olhos e a mente para o que está ao redor. Queria dormir e acordar, quem sabe, com um pouco de fé, daqui a um mês. 
Queria acreditar que as coisas vão acontecer. E que vão continuar acontecendo depois de acontecerem.
Queria crer em milagres. Ou mágica. Ou ilusionismo. Quem sabe um bom trabalho, daqueles "trago a pessoa amada em não sei quantos dias". Se bem que nem sei, viu? 
Queria que essa dor na cabeça fosse embora. Queria respirar fundo sem ter vontade de chorar. Queria que a TPM passasse. Queria não reclamar tanto. Queria, porque acho que não adianta nada dizer que quero.  

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

E o dia começou até bem. A vida começou bem. E vai continuar.

Hoje eu faço 07 meses de casada. Por acaso, o rádio do carro estava sintonizado em uma estação de música, não de notícia. Por acaso, a primeira canção que tocou foi a música final da cerimônia. Um dia lindo se desenhava, certo? Não exatamente.
O dia que se prometia alegre não aconteceu.
Não recebi a notícia que esperava.
A situação que me aflige não acabou. E não tem data para acabar.
E eu continuo aqui, com minha vida meio bagunçada, com minha rotina meio sem rotina. 
Esperando, afinal, é o que me resta.

"De tanto não parar a gente chegou lá."

Mas como hoje também é dia de comemorar, deixo aqui minha mensagem por esses 07 meses. Porque a vida de casada é sim, ótima. Porque é maravilhoso dormir e acordar ao seu lado, por mais que a gente quase nunca deite e levante nos mesmos horários ainda que você ronque e eu me mexa loucamente. Porque é ótimo fazer as refeições com você mesmo que meus pratos de domingo não sejam lá uma Brastemp. Porque você é uma ótima companhia para ver novela. E ainda que cada um esteja trabalhando-estudando-navegando-fazendo nada em seu notebook, fico feliz simplesmente por você estar por perto.
A cada dia que passa, tenho mais certeza do que me fez querer estar com você. E continuar querendo, mesmo depois de quase 11 anos. Porque nós somos corpo e alma. Somos um, somos dois, somos nós. Somos a nossa relação. E somos nós que importamos, no fim das contas. E daí que ficou uma toalha em cima da cama ou um prato sujo na pia. E daí que alguém esqueceu a tampa da privada levantada? Ou o tubo de pasta de dente aberto? Ou a gaveta bagunçada? Sem sombra de dúvida, isso é irrelevante. De um jeito ou de outro, as coisas se ajeitam. E a gente se ajeita. A casa de revista de decoração que vá a merda, porque o que eu quero é um lar, um aconchego para onde voltar, onde eu queira estar. E isso eu tenho, com você.
E já que os opostos se distraem, e os dispostos se atraem, que venham mais 817365472038094049049543874 meses de disposição. 

domingo, 11 de agosto de 2013

Uma imagem vale mais do que mil palavras

Não, só porque hoje é Dia dos Pais, não vou dizer que meu pai é perfeito. Também não vou dizer que ele é meu herói. Nem vou falar que ele só me dá alegrias.
Vou somente colocar uma foto, que, para mim, fala por si mesma. Afinal, ele passou meses dizendo que não entraria comigo no dia do meu casamento. Mas, na hora, foi ele que foi lá no quarto me buscar.
Então, fica aqui meu obrigada. Por ser pai. Meu pai. Porque eu sempre serei a filha sobre quem Deus falou: "Ah, é uma menina que você quer? Então se prepara!"

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho


sábado, 10 de agosto de 2013

Aquela que faz os outros felizes

Tem significado mais apropriado?
Hoje é o dia de parabéns daquela que chegou mudando planos e ideias de todo mundo. Que transformou em pai e mãe aqueles que ninguém imaginava nesse papel. Que colocou a vida dos dois de cabeça para baixo. Pior, que fez com que eles amassem estar de ponta cabeça. Que criou novas perspectivas. Que pôs em segundo plano aquilo que antes era prioridade. E fez com que se tornasse prioridade aquilo que antes sequer era cogitado. Que fez surgir vovôs e vovós simplesmente arriados. Que possibilitou a um bando de primos e primas serem tios e tias de primeira categoria!
Hoje é o dia dela. Ela que vem para nossas casas e nos dá uma canseira sem tamanho. Ela que me faz repensar, a cada visita, se vou arriscar ter um filho e sair uma espoleta igual a ela. Ela que quase me fez chorar quando me chamou de "Tia Tella" pela primeira vez e com isso me ganhou inteiramente. Ela, que mobiliza uma família inteira para fazer uma festa de aniversário. Ela, que conquista a todos a seu redor. Ela, que convence que uma porquinha da índia da casa de minha sogra é dela, ganhando o direito até de batizar a bichinha. Ela, que corre para os braços de Tio Erico gritando como se não houvesse amanhã. Ela, que tem tanta energia que não cabe dentro dela, e que talvez por isso pule, berre e fale tanto, meu Deus!!! Ela, que conseguimos cooptar e fazer como que fosse Palmeirense de coração e deixasse de lado o Flamengo do pai. Ela, que é a mais nova torcedora do Galícia. Ela, que nos deixa com lágrimas nos olhos ao vê-la no palco de uma apresentação qualquer de dança, música ou teatro, ou quando vai embora, carregada pelas mãos das circunstâncias, escolhas e necessidades.
Então ficamos aqui, cheios de saudade, acompanhando sua vida do jeito que dá, tomando susto ao ver como ela cresceu, e rezando para chegar logo o dia em que ela vem de novo. E ficamos desejando o melhor para aquela que sempre será a primeira em nossos corações.


sábado, 3 de agosto de 2013

Pode rasgar o papel de presente.

Algumas pessoas aparecem em nossas vidas por conta de nossa rotina, de nosso trabalho, de nosso lazer. Outras chegam trazidas pelas mãos de outras pessoas. E ficam mesmo quando a relação entre elas não mais existe.
Essas pessoas permancem de diversos jeitos. Muitas vezes de forma presente e intensa. Ou de forma esporádica, mas ainda assim muito significativa. Ou ficam como uma lembrança carinhosa.
Na verdade, o que quero dizer é que algumas dessas pessoas para sempre vão ter o status que sempre tiveram em meu coração. Porque não importa como elas chegaram, o que importa é que ficaram. E ainda que o encontro seja raro, ainda que desencontros aconteçam, ainda que eu nunca tenha comido uma certa feijoada. eu sei que essas pessoas sempre estarão lá. 
Não que isso signifique que essa relação não precise ser cultivada. Precisa sim, como todas as outras, mesmo aquelas com pessoas que estão, neste exato momento, a 2m de distância.
Mas é que essas pessoas têm uma presença tão marcante e significativa que a simples existência delas já me faz mais feliz.
Este é um texto-presente, que uso para pessoas que estão um pouquinho longe, geograficamente falando. Normalmente não cito nomes, mas desta vez vou abrir uma exceção, porque essas duas são muito, muito especiais.

Lela, aqui vai seu presente. Acho que saiu um pouquinho melhor do que um parabéns no face, né não? É por aqui que tento usar palavras, não de forma tão brilhante e talentosa como você, para transmitir meus melhores desejos. Para desejar uma vida cheia de vontade e inquietudes. Para desejar dias repletos de novidades. Para desejar que você queira sempre. Para desejar uma vida cheia de vida. Para desejar amor, de todas as formas, cores e tamanhos. Para desejar sentimentos que inundem, transbordem e se espalhem. Para desejar inspiração: para ousar, para escrever, para se arriscar. Coragem para fazer, de cada dia, um dia que mereça ser relembrado. 

Naty, aquela sobre quem é difícil até falar. Aquela que conquistou, de forma imediata, desde o primeiro almoço, a minha simpatia e admiração. Daí para conquistar meu coração, foi um piscar de olhos. Ainda que a vida tenha seguido seus caminhos por vezes tortuosos e incompreensíveis, o que sinto por você não mudou uma vírgula. Sinto o mesmo carinho, a mesma saudade por não poder ver mais, conviver mais, estar mais próxima. É nessas horas que amo as redes sociais, que me permitem participar, pelo menos um pouquinho, não só de sua vida, mas também de todas as pessoas queridas que vieram no mesmo pacote. Eu tenho muito que agradecer por vocês todos me permitirem isso depois de tudo. Então hoje o que eu tenho para dizer é que  espero que você tenha uma vida com muitos caminhos. E que esses caminhos te tragam mais vivências, mais experiências, mais histórias para contar. Que te façam cada vez mais forte. Que cada passo seja firme, ainda que o destino seja desconhecido. Que você nunca, nunca perca a coragem de seguir em frente. Que a bagagem que você carrega com você não seja um fardo, mas que te ajude a decidir como deve caminhar. E que você encontre muita coisa boa à medida que avance nessas estradas. 

Espero que tenham gostado. Feliz Aniversário!