Como alguns sabem, estou oficiosamente de férias, mas, mais oficiosamente ainda, estou trabalhando.
Isso tem me deixado mentalmente cansada, é difícil você saber que teria alguns dias para resolver coisas, estudar, dormir, assistir televisão sem culpa, e que teve de adiar isso por não sei quanto tempo.
Aí é que entra meu atual drama. O final de semana não dá para nada!!!!! Às vezes é consulta médica, compras, shopping, academia, ver os amigos, ficar com o momô, cuidar de mim mesma, ir ao salão, não fazer nada... É coisa demais!!!
Aí, quando eu vejo, tem mais de mês que era para sairmos com fulano e não conseguimos vamos marcar, vamos mesmo. Ou o cabelo perdeu o corte faz tempo e nada de eu voltar no salão. E as unhas? No máximo dou uma ajeitada, mas fazer mesmo, com calma, nem lembro mais quando foi...
Eu fico aflita mesmo conseguindo fazer coisa pra caramba. O negócio é que não dá para eu acordar mais cedo ou dormir mais tarde. Também não dá para eu fazer mais malabarismo com os horários dos compromissos, porque o trânsito de Salvador não permite... O que resta de opção? Entender que não dá para fazer tudo, que não sou a mulher-maravilha e eleger prioridades. Entender que, em alguns momentos, não fazer nada também tem de ser uma prioridade. Entender que nem todo mundo tem meu ritmo, e não é por isso que elas são erradas pelo contrário, em alguns momentos acho que a errada sou eu.
Diante de tudo isso, eu me pergunto: o que é viver? É essa corrida frenética que quem ganha é aquele que conseguiu fazer mais coisas em menos anos? E o que seria o prêmio? Mais tempo para fazer mais coisas ou mais tempo para não fazer nada? Quantos segundos economizados pela correria são aproveitados para se fazer ou não fazer aquilo que realmente vale à pena? Porque, no frigir dos ovos, são as pessoas que importam. Estar com elas, conhecê-las, amá-las e até odiá-las. Nós devemos ser importantes, e não podemos, nessa maratona que criamos para nossas vidas, deixar-nos para trás, ou a linha de chegada trará, antes de tudo um sabor amargo daquilo que nem vimos, porque não deu tempo.