domingo, 29 de dezembro de 2013

B-I-C-I-C-L-E-T-A

É claro que eu não poderia deixar de vir aqui e atualizar como andam minhas aventuras sobre duas rodas. Lá se vão mais de duas semanas desde que peguei a primeira laranjinha e resolvi sair pelas ruas de Salvador. E o que aconteceu nesse período?
Aprendi. Aprendi que a rua tem de ser um espaço de todos. Aprendi que devemos respeitar para ser respeitados. Aprendi que temos de nos impor, mas também temos de ceder. Aprendi que temos de ocupar nosso espaço. Aprendi que temos de ser educados para essa nova realidade e que isso leva tempo, mas já demos a primeira pedalada.
Ainda me assusto? Sim. Ainda faço besteira? Sim também. Mas estou adquirindo experiência e confiança. Já sei, por exemplo, que andar no Rio Vermelho é péssimo. Que não adianta tentar fazer o pedestre entender que andar na ciclofaixa é o mesmo que andar no meio da rua. Que não adianta ir para a rua como ciclista com a mentalidade metade motorista, metade pedestre. Que não adianta tesar, principalmente com quem é maior que você em um carro, numa briga de mesma natureza, pode não acontecer nada. Na bicicleta, pode ser fatal. Que não custa nada ficar atento na hora de destravar a bike com o uso do aplicativo. Que a democratização do acesso às bicicletas é boa, mas é preciso fazer com que as pessoas aprendam as regras, para não se colocar e não colocar os outros em perigo.
Tenho procurado fazer trajetos mais curtos de bike e deixar o carro na garagem quase que diariamente o que mata são as ladeiras. Pqp!!!. No Natal, pedalei cerca de 15km. Quer ver por onde passei? Clica aqui! Ainda não consigo conceber ir para o trabalho de bike, ou ir para um lugar onde precise estar arrumada, porque o calor é demais #cuscuzmodeon. Mas dá para ir para a academia, fazer massagem, pequenas compras...
O bom é que, com essa brincadeira, os quilinhos ganhos no Natal já foram embora! E percebo meu condicionamento físico melhor. O joelho, por enquanto, não berrou, então vamos ver como ele se comporta.
A minha meta é ver até que ponto essa onda não é fogo de palha. A bike do Itaú tem o inconveniente de não ter um tamanho adequado, de não estar sempre disponível e a limitação de tempo que é totalmente necessária, mas já paguei R$5,00 duas vezes por causa de 3 ou 4 minutos. Fora que às vezes a corrente solta, o banco não permanece na altura que você ajustou, o freio não está muito legal. Mas, no geral, não tive problema e olhe que já usei umas 15 vezes a bike, acho.
Então, se eu realmente pegar gosto pela coisa, devo investir em uma bicicleta adequada ao meu tamanho, ao meu uso e às minhas posses. Espero que a economia de combustível sirva, pelo menos, para pagar as parcelas da magrela.
Então, que 2014 venha com muitas pedaladas, para quem é do pedal, muitos passos para quem é da caminhada, muitas piruetas para quem é da dança, muitos golpes para quem é da luta, muitas braçadas para quem é da natação e muito sofá para quem é do sedentarismo e não tá afim de ser retirado dele. Um beijo enorme e nos vemos em 2014!!!


quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

HO, Ho, ho...

E a noite de Natal chegou. E você se dá conta de que a noite perdeu a magia. E a quebra do encanto não se deu simplesmente porque você cresceu e não acredita em Papai Noel. Não, a mágica acabou, porque o Natal perdeu a alegria, a energia. A alegria do encontro, da bagunça. A confusão do amigo secreto porque várias pessoas que não levaram presente querem participar. A ceia meio repartida, porque alguém sempre chega atrasado.
Infelizmente, talvez as próximas gerações sequer conheçam o que é um Natal em família. Pelo menos em minha família. E quando digo família, digo todo mundo. Junto e misturado. Parentes, aderentes e agregados. Gato, cachorro e papagaio.
Para mim, não tem mais graça esse negócio de Natal basicamente para comer. É, porque até existe a troca de presente, mas não tem o mesmo entusiasmo. E essa história de dia de Natal, para mim, tem gosto de prêmio de consolação. Na minha concepção, o dia de Natal é o dia de comer o que sobrou da ceia, ver os amigos que estavam com suas famílias e ficar de boréstia, porque a comilança foi pesada. Minha ideia é essa. Talvez seja uma percepção infantilizada, de alguém que não passou de fase, apesar dos 31 anos batendo na porta. Mais um tema para a terapia. Juro que falo disso.
Para mim, o ritual de dar e receber presente é muito mais do que uma obrigação temporal, marcada por datas fixas. Eu adoro procurar presentes e farei de tudo para encontrar algo que seja a cara da pessoa. Às vezes isso não é possível, e eu recorro ao presente genérico. Mas mesmo essa categoria traz em si uma preocupação, um cuidado. Nem sempre acerto, é verdade, mas me esforço. E de vez em quando me decepciono, não por receber um presente barato ou igual ao de várias pessoas, mas por perceber que foi um presente comprado sem nenhum sentimento além daquele de obrigatoriedade. Obrigada, mas passo.
Então, sinceramente, se for para continuar nesse esquema, prefiro criar uma nova tradição de Natal. Viajar talvez. Meditar. Dormir. Rezar. Qualquer coisa que faça a data adquirir um novo e real sentido. Porque os quilos ganhos com a comilança não são diretamente proporcionais à alegria da noite.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

E o que você fez?



Mais um Natal e, no fim das contas, eu tenho é de agradecer pelos presentes que ganhei ao longo desse ano. Sim, para mim 2013 não foi terrível, como tenho visto muitas pessoas dizerem por aí. Tantas coisas boas aconteceram, vamos recapitular?
Eu casei em 2013!!! E tive uma lua de mel maravilhosa. 
Me mudei em 2013. Ainda que não seja a minha casa, é a minha casa. E se ano passado eu estava tristinha porque não passaria Natal no meu cantinho, esse ano tenho árvore, pisca-pisca, enfeites e presentes no meu "banco de Natal".
Em 2013, descobri que morar junto é uma coisa boa, mesmo com todas as tarefas, responsabilidades e atividades chatas que decorrem disso.
Eu viajei para a Itália por um mês em 2013! E, de quebra, ainda fiz um curso de italiano. Isso sem esquecer das pessoas maravilhosas que conheci por lá, da comida maravilhosa, do joelho escalifado de tanta caminhada e escadarias...
Em 2013, tive o melhor resultado com a atividade física e a dieta e vesti roupa 38 ok, vamos esquecer o mês de dezembro, a coisa está um pouco complicada nesse quesito.
Também fui para a rua protestar em 2013. E fui para o estádio torcer. E vi meu time subir para a primeira divisão. E terminei minha segunda pós. E andei de bicicleta na rua.
Será que estou esquecendo alguma coisa? Acho que não. De qualquer forma, esses são ou não são bons motivos para agradecer?
Claro que esse ano teve seu lado negativo, acontecimentos chatos, preocupações, problemas. Mas se 2014 vier trazendo o mesmo tanto de coisas boas, já está valendo.
Então, para aqueles que tiveram um ano bom, um ano mais ou menos ou um ano péssimo, meu desejo de Natal é que 2014 seja um presente. E que nós nos façamos presentes, seja nas nossas vidas, seja na vida daqueles que amamos. Porque os astros, Deus, os orixás, as forças cósmicas, o destino, Alá, Buda, Jeová podem até influenciar os acontecimentos, mas muita coisa depende de nós mesmos. Então, que nós tenhamos força, fé, sabedoria, coragem, ímpeto e alegria para fazer de 2014 um ano inesquecível e cheio de possibilidades!









quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Salvador vai de bike. Vai mesmo? Vai como?

Hoje, finalmente, consegui usar pela primeira vez uma laranjinha e me arrisquei pelas ruas de Salvador. Se eu disser que foi divertido, estarei mentindo. Mas foi interessante, pelo menos para conhecer.
É muito, muito complicado dividir espaço com os carros e ônibus. Ainda mais considerando que a bicicleta não tem retrovisor e que, como você deve andar no mesmo sentido que os carros, não vê o que vem logo atrás #láele mas às vezes consegue perceber os sinais de luz dos motoristas de ônibus estressados. Também é complicado andar à direita da via, porque o asfalto é muito irregular, há um grande perigo de você se desequilibrar. E ainda tem de lidar com os motoristas esquizofrênicos que, quando passam por você, buzinam. Na certa acham que estão te alertando de alguma coisa. 
Aí eu descobri que não tem nenhuma estação na Barra. Eu tinha lido algo sobre a desativação de uma estação, mas não sabia exatamente qual era. Achei que havia mais de uma estação na Barra. Nunca poderia imaginar que, depois de Ondina, a próxima era a da Centenário. Ou seja, não consegui ir e voltar em meia hora e tive de pagar R$5,00. Por que não deixar a estação no Porto, já que de lá as pessoas podem ir para a Vitória, Centenário...
No entanto, pior do que os carros, do que os ônibus, do que os buracos, do que o asfalto irregular, do que a insuficiência de estações, são os pedestres. Sim, os pedestres, essa raça de gente sem noção que acha que pode andar em qualquer lugar, de qualquer jeito, a qualquer hora. Sim, esse bando de imbecil que mesmo tendo um passeio todo livre à sua disposição, prefere andar na rua e não sair da frente quando a bicicleta vai em sua direção. Sim, esse monte de gente ignorante que escolhe se jogar no meio dos carros a atravessar a rua na faixa, ainda que esteja andando em direção a ela. Sim, esses mesmos que, quando são atropelados porque estavam fazendo merda, ainda colocam a culpa no motorista. Meu sonho é que chegue o dia em que pedestres serão multados da mesma forma que os veículos #prontofalei
Para concluir, vou dizer o óbvio: precisamos todos ser educados. Precisamos aprender a lidar com os maiores e com os menores. Os ciclistas não precisam afrontar os carros, da mesma forma que os pedestres não precisam andar no meio da rua sem sair da frente quando uma bike vem em sua direção, somente para mostrar que ele tem prioridade ou sei lá o que é que passa na cabeça de um idiota que prefere se arriscar ao invés de andar na calçada. 
Não sei se vou mais andar de bicicleta fora da ciclofaixa, porque o que era para ser diversão vira estresse, e aí perde a graça. Ainda mais do jeito que a Barra está, com essas obras todas. Fui tentar dividir espaço com os pedestres, praticamente andando com a bicicleta, e ganhei foi um roxo na perna, além de um imbecil curtindo com a minha cara, porque tive de frear de vez, já que ele resolveu que queria andar rebolando na frente da bike. A mente humana realmente é um mistério.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?


"Como poderei viver? Como poderei viver sem a tua, sem a tua, sem a tua companhia?"
Como pode, o mesmo evento, causar tanta alegria e tanta tristeza? Como pode a mesma intensidade de sentimentos em direções tão opostas? 
Faltam 12h para minha viagem começar e, ao mesmo tempo em que estou radiante, meu coração também está aos pedaços. Porque sei que vai ser uma viagem maravilhosa, mas sei ainda que poderia ser muito melhor se Erico fosse comigo. Infelizmente nem tudo é exatamente como a gente quer, já disse Guilherme Arantes, não é mesmo? Então não, eu não tenho um coração de pedra para deixar meu marido sozinho aqui um mês. Apenas não sou mulher de deixar passar uma oportunidade única que surgiu em minha vida. Até porque, se fosse o contrário, eu faria de um tudo para que ele fosse e aproveitasse a chance. Isso não quer dizer, no entanto, que não fique com lágrimas nos olhos e com a voz engasgada ao imaginar seus olhos aqui de noite. Ou de imaginá-lo dormindo na sala porque pegou no sono. Ou sem saber exatamente o que comprar na hora que acabar a comida que deixei. É sempre mais difícil para quem fica, eu sei bem. 
Então, meu amor, minha paixão, meu marido, meu tudo, saiba que se estou indo de corpo e alma para essa viagem, a parte mais importante do meu coração fica aqui, com você. Tome conta direitinho dele, para quando eu voltar. 


Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minha alma daquilo que outrora eu deixei de acreditar

Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar

Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia, o verbo, a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... Depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar..

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar..

Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minha alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar

Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar

Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia o verbo a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... Depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar...

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar..

E o fim é belo incerto... Depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar..

Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
Só enquanto eu respirar.

domingo, 27 de outubro de 2013

04 dias e chegando...

Daqui a 97h, estarei voando para um mês de aventura. Ou vai dizer que viajar sozinha, para ficar um mês fora, em outro país, não é uma empreitada e tanto? Para mim, é sim. E deixar meu marido sozinho aqui também é uma aventura #estamosdeolho
Estou meio ansiosa, meio preocupada, meio nervosa, meio eufórica. Minha mala está 90% pronta e não chegou a 17 quilos!!!. Meu check-list está todo ticado. Meu roteiro de Roma está quase finalizado né, Carla?. O das outras cidades está mais ou menos. Já deixei algumas contas pagas, vou programar outras e se eu esquecer de alguém, não é calote, gente, é a agonia mesmo, tá? Pago assim que chegar hehehe
Mesmo com tudo isso já pronto, eu acho que não me dei conta que a viagem está muito, muito próxima. E também não me dei conta exatamente do que significa passar um mês fora: de minha casa, de minha cidade, de meu país, de minha rotina do meu clima!!!. Estou tentando criar o mínimo de expectativas. Procurando traçar roteiros flexíveis e cambiáveis. Sabendo o que quero conhecer, mas sem grande preocupação se não der para ver uma coisa ou outra, afinal, terei de fazer essa viagem de novo, dessa vez com o marido, né?
A única coisa da qual não abro mão é que esse mês vai valer muito, muito a pena. 

E um ano depois, o amor mostra para que veio

O amor venceu. Mostrou sua força, mostrou sua cara, mostrou sua dimensão. Superou barreiras e preconceitos, ganhou nome, ganhou cara, ganhou sexo. Ganhou confiança. Ganhou a todos. Em uma cerimônia de arrebatar corações, disse sim. E provou que o amor, no fim das contas, une e reúne.
As noivas trocaram seus votos, promessas e juras de amor com direito a aliança caindo e tudo mais diante de uma plateia sim, porque aquilo lá, de fato, foi um espetáculo, para os olhos e para o coração emocionada, feliz. E se alguns tinham dúvidas, medos ou receios, deixaram de ter ali naquele momento. E entraram na dança, na ciranda do amor, para de fato fazer parte dessa nova vida.
Nós vimos uma noiva sendo lindamente conduzida por alguém muito, muito especial.
E um pai, de braços dados com a filha, com todo orgulho que um pai pode ter nesse momento. 

 Vimos as noivas se encontrando...
... e caminhando juntas para o altar, porque é assim que elas fazem tudo na vida.
Vimos mãe e madrinha participando de uma cerimônia das areias, como que dizendo "estamos aqui com vocês". 
Vimos uma tia, de pés no chão, levando as alianças, tão emocionada quanto no casamento de sua própria filha. 

Vimos outra tia que deixou toda emoção do mundo transbordar no momento do abraço. E vimos amigos, mais do que nunca, fazendo parte de tudo. E a família mostrando o que é ser família.
Que o amor de vocês seja sempre uma festa nos seus corações.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Gargnano

Gargnano é uma cidade na região da Lombardia (norte da Itália), província de Brescia, com cerca de 3.000 habitantes. Fica às margens do Lago di Garda. Não está no roteiro turístico, mas é a comune onde estou registrada na Itália. Devo passar um ou dois dias por lá e aproveitar a ocasião para visitar Cesare Lievi, que, além de ser um diretor de teatro bastante reconhecido, é primo de meu pai, o que significa que ele é meu primo de segundo terceiro, quarto, enésimo grau. Enfim. Apesar de ele ter dito que a natureza, em novembro, está um pouco triste, acho que o passeio vai valer a pena.



Lago di Garda - Gargnano

terça-feira, 8 de outubro de 2013

A cidade eterna

Tá, tá, essa contagem regressiva está capengando, eu sei, mas não dá para fazer nada muito melhor que isso não. Afinal, alguém tem de trabalhar, e esse alguém, pelo menos até as férias, sou eu #isaurafeellings
O post de hoje é sobre a cidade que vai ter o prazer de me receber por 04 dias. Sim, Roma, também conhecida como A Cidade Eterna. Acho que ela dispensa maiores apresentações, não?
Vou colocar aqui alguns dos pontos que pretendo visitar. Não sei se vou conseguir fazer tudo, já que são poucos dias e a dinâmica da viagem pode sofrer intercorrências. 
De logo, aviso que aceito sugestões de lugares para tomar sorvete, comer ou fazer compras. Quem sabe não consigo lá fazer o mesmo milagre de multiplicação das horas que faço por aqui?






É isso, né? Que venha o próximo destino!!!

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Camerino

Camerino é uma cidade italiana localizada na região de Marche, província de Macerata. Possui cerca de 7.000 habitantes e possui área de 129km2. Está localizada numa área predominantemente montanhosa, próxima aos Montes Sibilinos. O maior destaque da cidade, é, sem dúvida, a existência da Università di Camerino, responsável, inclusive, por grande parte da movimentação econômica da cidade.
Como pontos turísticos da cidade, podemos citar, além da própria Universidade (Palazzo Ducale), o Teatro Filippo Marchetti e a Rocca Borgesca.
Além disso, a cidade também é famosa pela Festa do Torrone, que ocorre em 06/01, dia da Befana (nosso Dia de Reis). Camerino, inclusive, conta com o recorde de maior torrone do mundo, com 1.024,77m. Haja torrone!!!! 









quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Contagem regressiva ilustrada e comentada

Esse post era para ter saído ontem, mas não aguentei escrever. Me propus a resolver pelo menos uma coisa da viagem por dia, então ontem, além de colocar os casacos para lavar, fui fazer o cartão pré-pago. Peguei uma hora de engarrafamento e, quando cheguei ao shopping, adivinhem, o sistema estava fora do ar. Ainda esperei mais de 1h e nada. Fui também comprar aquela vac bag, mas, adivinhem, tinha acabado. Ou seja, noite perdida.
Mas vamos falar de coisa boa.
Faltam dias 29 dias para a minha viagem. E sim, estou começando a ficar ansiosa, não só pela proximidade, como também pela quantidade de coisas para resolver, afinal, são 30 dias fora, e a vida não para somente porque eu vou viajar.
Então para já entrarmos no ritmo é ritmo, é ritmo de festaaaaa, vou tentar ilustrar um pouquinho do que será ou não a minha viagem. Colocarei fotos e a descrição dos lugares que devo conhecer e dos que tentarei visitar também. Algumas programações estão abertas, afinal, estou indo para me divertir, ops, estudar, então nada de estresse.
Se preparem. Amanhã começaremos com a cidade que será a minha casa durante grande parte de novembro.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

E vamos tacar pedras

Acho que as pessoas deveriam se meter um pouco menos a falar sobre o que não sabem. Isso vale para Direito, Medicina, Jornalismo, Fisioterapia, Contabilidade, Arquitetura, Engenharia, Enfermagem, Pedagogia... Porque, né, pedir para que alguém admita que não sabe alguma coisa é um pouco de utopia de minha parte. 
E tome-lhe a fazer juízo de valor, acusações infundadas, generalizações idiotas. Publicam comentários, republicam mensagens, reproduzem reportagens, tudo isso de forma quase acéfala. Somente esses dias me dei conta que antigamente, no Brasil, nós tínhamos 180 milhões de técnicos da Seleção Brasileira. Hoje, temos não só 198,7 milhões de técnicos, como também especialistas em espionagem internacional e pós-graduados em Direito Penal, com ênfase em ações originárias do STF. Ou seja, no Brasil, não vale a máxima "de médico e louco, todo mundo tem um pouco". Aqui é: de médico, louco e jurista, todo mundo tem é muito, até demais.
Não que eu esteja fazendo qualquer tipo de reserva de mercado e dizendo que somente as pessoas formadas em Direito possam discutir esse assunto tão em voga e tão importante. Ele merece, sim, estar em todas as rodas de discussões, e isso, graças a deus, mostra um pouco mais de engajamento de nosso povo. Mas as pessoas, principalmente aquelas mais instruídas, tem de ser responsáveis e agir racionalmente, sendo cuidadosas com as palavras que proferem, no mundo real ou virtual, os quais, ressalte-se, não são estanques. Todos podem e devem buscar, ler, estudar, se inteirar sobre o assunto, antes, eu disse ANTES, de se posicionar. Do contrário, estarão servindo de massa de manobra, da pior espécie inclusive, porque aquela que se diz letrada e esclarecida.
Só que fazer isso dá trabalho. É difícil. Por vezes, incompreensível. E isso nos faz retornar ao início do texto. Muitas vezes, é melhor ficarmos calados para que as pessoas achem que não sabemos algo, do que abrirmos a boca e as pessoas terem certeza. 
Então, ao invés de seguir o caminho correto, justo e inteligente, a esmagadora maioria escolhe aceitar o que vem pronto, mastigado e engolido e impregnado de ideologia e convicções políticas de quem escreveu, ainda que alardeado como posicionamento neutro e imparcial, e espalhar na rede. Ou seja, sequer para, um segundo antes de digitar qualquer coisa que lhe vem à mente ou retuwittar, curtir ou compartilhar, para questionar se existe um outro ponto de vista, um outro lado, um se colocar no lugar do outro, um outro qualquer coisa. Não, joga pedra na Geni, na adúltera e em quem mais apareça na frente. E se iguala àqueles que, de forma sumária, condena. Porque pimenta no dos outros sempre foi refresco. E devido processo legal o caralho, eu quero é sangue!
Sim, já estou esperando que joguem pedra em mim também, mesmo que eu admita aqui, em público, que não me lembro quando foi a última vez que estudei sobre Embargos Infringentes.

domingo, 15 de setembro de 2013

Comer, comer, comer, comer, é o melhor para poder... Ops!

Rotina entrando no eixo, muito trabalho, aquela coisa toda de sempre, né? Se não fosse uma gripe/virose/resfriado/ou-sei-lá-mais-o-que me acabando, estaria tudo bem. Ainda nem tentei falar hoje, não sei se a voz vai sair ou não ou se ela saiu e ainda não voltou hehehe
Nessa confusão toda dos últimos tempos, acabei esquecendo de tratar de um assunto que antigamente era presença certa por aqui, mas acabou ficando um pouquinho relegado.
Não sei se falei que, na lua de mel, ganhei dois quilos, e estava penando para extirpar os danados, mas nada de conseguir. Dois quilos podem não parecer muita coisa, mas em mim fazem muita diferença, primeiro porque sou baixa ou muito baixa, como preferir, segundo porque eles se concentram da cintura para baixo, invariavelmente.
Aí, quando fiz a última bioimpedância, vimos eu, nutricionista, personal que não tive nenhuma variação de um ano para cá. Não engordei, mas também não emagreci. Não ganhei massa magra, não perdi gordura.
Então o nutricionista me encaminhou para um endocrinologista, que poderia agir para dar uma intensificada no processo.
E ele de fato deu. Passou uma complementação para o termogênico que eu já tomava, entrou com uma reposição hormonal, já que a minha testosterona estava um pouco baixa e isso também interfere no ganho de massa magra, passou melotonina, para que eu tivesse uma qualidade de sono melhor, o que também ajuda no emagrecimento. 
Aí comecei a fazer um tratamento estético, e tive uma consulta com uma outra nutricionista, que passou um cardápio bem parecido com o que eu já sigo, mas acrescentou uns sucos meio misturebas, mas bebíveis, passou umas receitas interessantes outras nem tanto, sugeriu algumas trocas. Nessa brincadeira, quase dois meses se passaram. Quero ressaltar que, na medida do possível, obedeci direitinho à dieta apesar de às vezes mudar a receita dos sucos heheh. Não fiz grandes extravagâncias, recusei as porcarias de Erico, levei lanche para os cursos ao invés de cair na tentação de atacar o coffee break. 
Quando voltei para fazer revisão, até vimos algum resultado. Mas, para nossa alegriaaaaaa. Só que não. surpresa, ele ficou um pouco aquém do esperado. Até perdi quase 2kg e baixei o percentual de gordura, mas perdi também massa magra. Diminuí inacreditáveis 7cm de circunferência abdominal, mas somente 1,5cm de quadril, que é onde faço o tratamento estético. Para piorar, baixei ainda mais a minha taxa de metabolismo basal, que já não era lá grande coisa.
Ou seja, em que pesem os esforços de 05 profissionais e os meus, os resultados não foram lá muito empolgantes. Mas pelo menos apareceram, o que é melhor que nada #pollyannafeelings. Como eu ainda tenho 47 dias antes de viajar, tenho de me esforçar para conseguir melhorar esses índices todos daqui até lá. Afinal, não dá para viajar para a Itália pensando no peso, né? Não que eu vá jacar o tempo todo na terra da bota acho que nem aguento isso, mas tenho de ir com a tranquilidade de que o peso que vou ganhar lá estará dentro de uma margem aceitável e de segurança, digamos assim. Até porque, em novembro, lá é outono, mas, quando eu voltar, aqui estaremos praticamente no verão. O projeto Comer, comer e estudar porque rezar amar estão fora de cogitação não pode sabotar o projeto Verão 2014, né? Pelo menos não totalmente hehehe

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Fraternus

Descobri somente hoje que hoje se comemora o Dia do Irmão. Aliás, nunca tinha ouvido falar em tal data se bem que, depois que descobri o Dia do Outdoor, nada mais me surpreende.
Aí eu resolvi falar do meu irmão e da minha irmã. 
Por um bom tempo, eu fui a caçula. Nunca tive muito isso de reinar absoluta em casa, afinal, a diferença de idade entre mim e o mais velho era pouca. Mas o fato de ser mirrada, pequena, tinha lá suas vantagens e eu sempre usei isso com inteligência.
E, da relação fraternal, descobri que ter irmão é ser obrigada a amar alguém que você não escolheu amar, e ainda assim, inexplicavelmente, amar. É aprender a conviver com alguém que, mesmo criado sob os mesmos valores e princípios, pode ser bem diferente de você. É aprender a dividir, e também aprender que ser um pouco egoísta não faz mal nenhum. É brigar, bater, apanhar e agir como se nada tivesse acontecido. É dedurar para o pai e para mãe e acobertar uma travessura com a mesma naturalidade. É tomar banho de chuva a tarde toda e, mesmo assim, a mãe encontrar os dois quietos como anjos, de pijama, cúmplices na arte. É ficar de mal, deixar de falar, perdoar e pedir perdão. É ajudar incondicionalmente. É dar bronca quando necessário. É endurecer sem perder a ternura. É estar sempre a postos para estender a mão, dar colo, oferecer o ombro ou um bom corretivo.
Já ter uma irmã, no meu caso, mudou um pouco a coisa de figura. Primeiro porque eu saí do posto de caçula para ser a filha do meio, que não é nada na hierarquia filial. Junte a isso o fato de você já ser pré-adolescente quando chega à sua casa aquela lagartixa de parede que só tinha barriga e pé. Acrescente uma carga emocional fortíssima e pimba: nasce o amor. Esse amor que foi, se podemos falar assim, escolhido por nós, pela Cabala, pelos astros, pelo destino, por Deus não é simplesmente um amor de irmãs. Porque eu nunca fui somente irmã. Ou nunca fui muito irmã. Nunca fui cúmplice, nunca acobertei travessuras. Pelo contrário, era a primeira a dar bronca. Eu era a típica irmã mais velha, aquela que toma conta dos meninos mais novos. Brinco que minha irmã foi meu test-drive, pois troquei fralda, dei banho, botei de castigo, ajudei com dever, fui para reunião de escola, acordei durante a noite com seu choro, fiquei puta quando ela foi para recuperação, vibrei quando passou no vestibular. O que é isso senão ser um pouco mãe? É amor que extrapola...
Nós, irmãos. Tão opostos e tão iguais. Objetivos e convicções diversos, desejos, idem. Mas sempre há aquele fio invisível que une nossos corações. Que marca nossas origens, as raízes que nos permitiram florescer. E que estabelece quem somos e com quem somos. Seres diferentes, amores diferentes e, ainda assim, e sempre, amor. Fraterno. Maternal. Ambos. Não importa quando ou como vocês passaram a fazer parte da minha vida. Mas, sem dúvida, ela é mais colorida porque vocês existem. 

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Faltam palavras no caminho

Hoje faltam palavras e sobram sentimentos. Hoje, até pensar emociona. Hoje, olhar o relógio e ver que já era 17:35h me fez chorar. Ainda assim, estou feliz. Feliz porque uma muito mais que amiga muito mais que querida deu o primeiro passo no novo caminho que ela escolheu. Voou rumo ao início de uma nova fase. E nesse contexto de mudança, mudou trabalho, mudou cidade. Mudou a postura e escolheu batalhar pela sua realização. Em todos os sentidos. E se ainda não é exatamente o cargo que ela sonha, mudar de ares ainda que seja na secura de Brasília, sem sombra de dúvida, dará novo gás a ela para conseguir o que tanto deseja.
E eu fico aqui, meio ansiosa por notícias, meio não compreendendo exatamente o que vou fazer sem ela aqui tão pertinho. E viva à internet, aproximando pessoas.
Agora eu entendo a dor dos que ficaram quando fui morar em outra cidade. Porque para quem fica é sempre mais difícil. Quem está indo por escolha, por vontade, tem a animação na bagagem, a expectativa, os anseios. Para quem fica, resta compartilhar a felicidade de quem parte. E enxugar a lágrima que teima em não respeitar o sorriso sincero que estampamos na cara.
Delícia da Bahia, você sempre será a delícia da Bahia, onde quer que esteja. Que seus caminhos façam, cada vez mais, com que você aprenda  a caminhar. Que você jamais tenha medo de voltar, mudar ou fazer uma curva que não estava prevista. Que você sempre tenha coragem de desligar o GPS e seguir seu coração. E que saiba que seu ponto de partida sempre será seu porto seguro.

sábado, 31 de agosto de 2013

Amigos. Para que mais?

Num dia em que tive de fazer a ginástica para dar conta dos compromissos em seis lugares diferentes acorda às 05:00h, vai para academia, volta para casa, se arruma, vai para um curso, pega um táxi, vai para o trabalho, marido pega no trabalho, deixa marido no trabalho dele, vai para a massagem, joga uma água no corpo, vai encontrar a amiga, arrasta a amiga para o aniversário de um outro amigo, volta para casa às 23:30h, morta, mas feliz tive a certeza mais certa de todas de que os amigos, se não são tudo, são quase tudo em nossa vida.
Amigos que vão, amigos que vêm, amigos que vão e vem. E que ficam, claro.
Encontrei uma amiga querida que não via pessoalmente desde fevereiro. E o papo? Ah, esse flui como sempre. Entre risadas, conversa séria e macarons, as horas passam num piscar de olhos.
Daí para o aniversário de outro amigo, onde estavam outros tantos e também gente que eu não conhecia, mas nem por isso menos interessante. Encontrar e reencontrar pessoas, colocar as fofocas em dia, dar risada, falar bem e mal de um bando de gente, conversar sério, cada segundo ao lado dessas pessoas é especial. Aí a gente fica rezando para não ter sono, para não sentir o cansaço depois de um dia puxado, para aguentar mais um pouquinho antes de capotar.
Ficamos ali, olhando para aquelas pessoas e se sentindo em casa, multiplicando e dividindo sentimentos, a alegria do reencontro, a felicidade pelos que estão indo para longe brigando com a saudade que começou mesmo antes da despedida. E, desabando na cama, sorrimos pensando que não há riqueza maior nessa vida.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A difícil tarefa de ser mulher

Eu nunca me senti discriminada por ser mulher, não no sentido de ter de provar para os outros que sou boa nisso ou aquilo ou que sou tão boa quanto um homem para fazer determinadas coisas. Já passei por situações em que tive de me impor para mecânico ou pedreiro, que achavam que eu não entendia nada do que estava acontecendo, mas acabei por mostrar que não adiantava tentar me enrolar com a rebimboca da parafuseta que comigo não colava.
A situação sobre a qual quero falar é outra. É a dificuldade de ser mulher por ser tratada como um pedaço de carne. É me sentir tolhida na minha feminilidade, porque se eu andar na rua com algo mais provocante do que uma burca estou sujeita, para dizer o mínimo, a palavras desrespeitosas. E olhe que nem faço o tipo gostosona e tal, mas já cheguei à conclusão que, para estar sujeita a essas gracinhas machistas, basta, me desculpem os termos, ter uma xereca no meio das pernas.
Então ficamos assim. Saiu com roupa da academia? Pimba, vai ouvir um gostosa, tesuda ou um outro"uda" qualquer.
Sua roupa é colada? Xiii, aí você vai ouvir não só que é gostosa, mas ainda vai ganhar, de brinde, um "assovio" típico, que indica o quanto você provoca todos os instintos sexuais do galanteador.
A saia é curta e colada? Aí, gata, me desculpe, mas você é puta. E, como puta, está sujeita a todo tipo de gracejos baixos e, não duvide, até a uma apalpada, quem sabe. Afinal, se você está saindo vestida desse jeito, é porque o seu intuito é chamar atenção sim, então não pode reclamar.
Definidos os parâmetros de nossa vestimenta e do tipo de reação que ela pode pode provocar, digo aqui como me sinto quando escuto os "elogios". Aliás, de como sempre me senti, porque afinal, os cretinos não respeitam idade, nada. Sabe aquela "colocou no sol, fez sombra", "jogou na água fez tchibum", é bem por aí.
A minha vontade é voltar e dizer um par de desaforos. É perguntar que ousadia eu dei para o cara olhar minha bunda, minhas coxas, meus peitos. Juro, se eu tivesse uma arma, era capaz de perder a cabeça. Mas Deus, sabendo bem como fez meu temperamento, me botou com 1,53m, que é para, mesmo que eu quisesse, não pudesse nem tentar fazer concurso para polícia.
Outro dia, li um texto em que a autora falava que era estuprada todos os dias, por conta dessas coisas que somos obrigadas a ouvir. Não sei se posso chegar a tanto, mas o sentimento de impotência é tão grande, gera um ódio tão corrosivo, que não posso condenar quem realmente se arrisca e toma atitudes mais drásticas, como tirar satisfação com o imbecil de plantão ou coisa pior.
Enquanto não tenho um surto de raiva, vou fazendo o que posso. Prefiro me arriscar por entre os carros para não passar por um grupo de homens, não ando por lugares em que fique encurralada, evito usar roupas sensuais e provocantes sem estar acompanhada é, às vezes me sinto na Índia ou no Egito... E sonho com o dia em que haja policiais perto quando uma situação dessa acontecer, que é para, pelo menos, tentar dar um susto no assediador. Se bem que eu já ouvi piadinha de policial. E até de um menininho de 03 ou 04 anos, devidamente orientado pelo seu papai. É, acho que vou ter de recorrer às armas.

domingo, 18 de agosto de 2013

Bodas de aço

Ontem, dia 17/08/2013, fiz 11 anos com Erico.
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer às várias felicitações que recebemos. Fico emocionada de ver pessoas que não só torcem, mas comemoram conosco cada nova vitória. E, venhamos e convenhamos, em tempo de relacionamentos relâmpagos, fazer 11 anos de namoro/noivado/casamento não é para qualquer um.
Comemorar bodas de aço significa que não vou zerar meus anos de relacionamento só porque casei. Afinal, já comemorei bodas de papel, algodão, açúcar, estanho... Que sentido faz começar tudo de novo?
Ainda mais que este ano são bodas de aço. Nervos de aço. Homem e mulher de aço. Quer algo mais simbólico? Aço inoxidável. Maleável. Dúctil. Como um relacionamento deve ser. Não se deixar corroer pelos dissabores do tempo e da rotina. Saber se moldar às mudanças e às situações que se apresentam. Aceitar e entender as transformações antes do rompimento.
Não quero que fique parecendo que julgo ou condeno quem não quer ter um relacionamento durável. Também não estou aqui alardeando que tenho um relacionamento perfeito, de comercial de margarina até porque odeio margarina. Que não brigo por besteira. Que não vou dormir de birra muitas vezes. Que não me deixo absorver pela dinâmica louca da vida e, quando percebo, mal falei com meu marido ao longo do dia. 
O fato é que hoje brigamos muito menos do que antes. Amadurecimento? Provavelmente. Ou certeza de que queremos ficar juntos e que não vale a pena alimentar coisas pequenas. Vamos guardar as energias para as brigas importantes, porque elas, mais cedo ou mais tarde, acontecerão.
Não sei se o fato de nos mantermos, de certa forma, independentes, é o segredo do nosso sucesso e de nossa modéstia. Sempre tivemos interesses e atividades que somente diziam respeito a nós. Era como nosso espaço privado. Erico curte música, toca com amigos e amigas sem NENHUM problema de minha parte com isso, brinca de fazer aparelhagens eletrônicas para instrumentos. Eu tenho cá minha malhação, meu curso de italiano, agora meu curso de fotografia... Ou seja, Erico e Marcella existem independentemente de Marcella & Erico, se é que ficou claro. 
Sei que muitos casais funcionam dividindo tudo e mais um pouco até coisas que considero hiper ultra mega desnecessárias e até nojentas. Casais que fazem tudo e quando eu digo tudo, é tudo mesmo juntos. Casais que se falam o tempo todo né, Bárbara e Magali?. Casais em que cada um é incapaz de pensar no que quer sem pensar no que o casal quer. Casal que não consegue fazer planos individuais, como se os sonhos fossem todos divididos. Com a gente isso não funciona. Sempre procuramos manter uma parcela significativa de nossa individualidade. É claro que muita gente pode achar que essa individualidade significa afastamento, falta de interação. Ou seja, tudo é a perspectiva.
Como eu digo, cada casal tem a sua dinâmica, suas regras. O que importa é que sejamos todos felizes e saudáveis como casal. Que comemoremos bodas e mais bodas. Que estejamos juntos porque queremos. Que jamais deixemos faltar respeito e compreensão. Que nos façamos bem. Que saibamos rir um com o outro e um do outro. Que existam noites em que não possa existir aconchego maior do que simplesmente dormir abraçados. E que o amor seja a cola que nos une em busca do objetivo maior: ser feliz.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Quereria (futuro do pretérito do verbo não me conte seus problemas)

Hoje eu queria um pouco mais de resignação. Talvez um pouco mais de paciência. E um tantinho de abnegação. Queria respirar fundo e desligar. Queria fechar os olhos e a mente para o que está ao redor. Queria dormir e acordar, quem sabe, com um pouco de fé, daqui a um mês. 
Queria acreditar que as coisas vão acontecer. E que vão continuar acontecendo depois de acontecerem.
Queria crer em milagres. Ou mágica. Ou ilusionismo. Quem sabe um bom trabalho, daqueles "trago a pessoa amada em não sei quantos dias". Se bem que nem sei, viu? 
Queria que essa dor na cabeça fosse embora. Queria respirar fundo sem ter vontade de chorar. Queria que a TPM passasse. Queria não reclamar tanto. Queria, porque acho que não adianta nada dizer que quero.  

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

E o dia começou até bem. A vida começou bem. E vai continuar.

Hoje eu faço 07 meses de casada. Por acaso, o rádio do carro estava sintonizado em uma estação de música, não de notícia. Por acaso, a primeira canção que tocou foi a música final da cerimônia. Um dia lindo se desenhava, certo? Não exatamente.
O dia que se prometia alegre não aconteceu.
Não recebi a notícia que esperava.
A situação que me aflige não acabou. E não tem data para acabar.
E eu continuo aqui, com minha vida meio bagunçada, com minha rotina meio sem rotina. 
Esperando, afinal, é o que me resta.

"De tanto não parar a gente chegou lá."

Mas como hoje também é dia de comemorar, deixo aqui minha mensagem por esses 07 meses. Porque a vida de casada é sim, ótima. Porque é maravilhoso dormir e acordar ao seu lado, por mais que a gente quase nunca deite e levante nos mesmos horários ainda que você ronque e eu me mexa loucamente. Porque é ótimo fazer as refeições com você mesmo que meus pratos de domingo não sejam lá uma Brastemp. Porque você é uma ótima companhia para ver novela. E ainda que cada um esteja trabalhando-estudando-navegando-fazendo nada em seu notebook, fico feliz simplesmente por você estar por perto.
A cada dia que passa, tenho mais certeza do que me fez querer estar com você. E continuar querendo, mesmo depois de quase 11 anos. Porque nós somos corpo e alma. Somos um, somos dois, somos nós. Somos a nossa relação. E somos nós que importamos, no fim das contas. E daí que ficou uma toalha em cima da cama ou um prato sujo na pia. E daí que alguém esqueceu a tampa da privada levantada? Ou o tubo de pasta de dente aberto? Ou a gaveta bagunçada? Sem sombra de dúvida, isso é irrelevante. De um jeito ou de outro, as coisas se ajeitam. E a gente se ajeita. A casa de revista de decoração que vá a merda, porque o que eu quero é um lar, um aconchego para onde voltar, onde eu queira estar. E isso eu tenho, com você.
E já que os opostos se distraem, e os dispostos se atraem, que venham mais 817365472038094049049543874 meses de disposição. 

domingo, 11 de agosto de 2013

Uma imagem vale mais do que mil palavras

Não, só porque hoje é Dia dos Pais, não vou dizer que meu pai é perfeito. Também não vou dizer que ele é meu herói. Nem vou falar que ele só me dá alegrias.
Vou somente colocar uma foto, que, para mim, fala por si mesma. Afinal, ele passou meses dizendo que não entraria comigo no dia do meu casamento. Mas, na hora, foi ele que foi lá no quarto me buscar.
Então, fica aqui meu obrigada. Por ser pai. Meu pai. Porque eu sempre serei a filha sobre quem Deus falou: "Ah, é uma menina que você quer? Então se prepara!"

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho


sábado, 10 de agosto de 2013

Aquela que faz os outros felizes

Tem significado mais apropriado?
Hoje é o dia de parabéns daquela que chegou mudando planos e ideias de todo mundo. Que transformou em pai e mãe aqueles que ninguém imaginava nesse papel. Que colocou a vida dos dois de cabeça para baixo. Pior, que fez com que eles amassem estar de ponta cabeça. Que criou novas perspectivas. Que pôs em segundo plano aquilo que antes era prioridade. E fez com que se tornasse prioridade aquilo que antes sequer era cogitado. Que fez surgir vovôs e vovós simplesmente arriados. Que possibilitou a um bando de primos e primas serem tios e tias de primeira categoria!
Hoje é o dia dela. Ela que vem para nossas casas e nos dá uma canseira sem tamanho. Ela que me faz repensar, a cada visita, se vou arriscar ter um filho e sair uma espoleta igual a ela. Ela que quase me fez chorar quando me chamou de "Tia Tella" pela primeira vez e com isso me ganhou inteiramente. Ela, que mobiliza uma família inteira para fazer uma festa de aniversário. Ela, que conquista a todos a seu redor. Ela, que convence que uma porquinha da índia da casa de minha sogra é dela, ganhando o direito até de batizar a bichinha. Ela, que corre para os braços de Tio Erico gritando como se não houvesse amanhã. Ela, que tem tanta energia que não cabe dentro dela, e que talvez por isso pule, berre e fale tanto, meu Deus!!! Ela, que conseguimos cooptar e fazer como que fosse Palmeirense de coração e deixasse de lado o Flamengo do pai. Ela, que é a mais nova torcedora do Galícia. Ela, que nos deixa com lágrimas nos olhos ao vê-la no palco de uma apresentação qualquer de dança, música ou teatro, ou quando vai embora, carregada pelas mãos das circunstâncias, escolhas e necessidades.
Então ficamos aqui, cheios de saudade, acompanhando sua vida do jeito que dá, tomando susto ao ver como ela cresceu, e rezando para chegar logo o dia em que ela vem de novo. E ficamos desejando o melhor para aquela que sempre será a primeira em nossos corações.


sábado, 3 de agosto de 2013

Pode rasgar o papel de presente.

Algumas pessoas aparecem em nossas vidas por conta de nossa rotina, de nosso trabalho, de nosso lazer. Outras chegam trazidas pelas mãos de outras pessoas. E ficam mesmo quando a relação entre elas não mais existe.
Essas pessoas permancem de diversos jeitos. Muitas vezes de forma presente e intensa. Ou de forma esporádica, mas ainda assim muito significativa. Ou ficam como uma lembrança carinhosa.
Na verdade, o que quero dizer é que algumas dessas pessoas para sempre vão ter o status que sempre tiveram em meu coração. Porque não importa como elas chegaram, o que importa é que ficaram. E ainda que o encontro seja raro, ainda que desencontros aconteçam, ainda que eu nunca tenha comido uma certa feijoada. eu sei que essas pessoas sempre estarão lá. 
Não que isso signifique que essa relação não precise ser cultivada. Precisa sim, como todas as outras, mesmo aquelas com pessoas que estão, neste exato momento, a 2m de distância.
Mas é que essas pessoas têm uma presença tão marcante e significativa que a simples existência delas já me faz mais feliz.
Este é um texto-presente, que uso para pessoas que estão um pouquinho longe, geograficamente falando. Normalmente não cito nomes, mas desta vez vou abrir uma exceção, porque essas duas são muito, muito especiais.

Lela, aqui vai seu presente. Acho que saiu um pouquinho melhor do que um parabéns no face, né não? É por aqui que tento usar palavras, não de forma tão brilhante e talentosa como você, para transmitir meus melhores desejos. Para desejar uma vida cheia de vontade e inquietudes. Para desejar dias repletos de novidades. Para desejar que você queira sempre. Para desejar uma vida cheia de vida. Para desejar amor, de todas as formas, cores e tamanhos. Para desejar sentimentos que inundem, transbordem e se espalhem. Para desejar inspiração: para ousar, para escrever, para se arriscar. Coragem para fazer, de cada dia, um dia que mereça ser relembrado. 

Naty, aquela sobre quem é difícil até falar. Aquela que conquistou, de forma imediata, desde o primeiro almoço, a minha simpatia e admiração. Daí para conquistar meu coração, foi um piscar de olhos. Ainda que a vida tenha seguido seus caminhos por vezes tortuosos e incompreensíveis, o que sinto por você não mudou uma vírgula. Sinto o mesmo carinho, a mesma saudade por não poder ver mais, conviver mais, estar mais próxima. É nessas horas que amo as redes sociais, que me permitem participar, pelo menos um pouquinho, não só de sua vida, mas também de todas as pessoas queridas que vieram no mesmo pacote. Eu tenho muito que agradecer por vocês todos me permitirem isso depois de tudo. Então hoje o que eu tenho para dizer é que  espero que você tenha uma vida com muitos caminhos. E que esses caminhos te tragam mais vivências, mais experiências, mais histórias para contar. Que te façam cada vez mais forte. Que cada passo seja firme, ainda que o destino seja desconhecido. Que você nunca, nunca perca a coragem de seguir em frente. Que a bagagem que você carrega com você não seja um fardo, mas que te ajude a decidir como deve caminhar. E que você encontre muita coisa boa à medida que avance nessas estradas. 

Espero que tenham gostado. Feliz Aniversário!

domingo, 21 de julho de 2013

Certidão

A partir de hoje, certifico, de forma irrevogável, o início de minha velhice. Sim, saí da fase do "estou ficando velha" para "agora sou uma velha". E não, não foram os três cabelos brancos que encontrei essa semana que me fizeram concluir isso.
Cheguei a esse veredito depois de ontem. Por não tolerar certas coisas. Por achar outras tantas um absurdo sem tamanho.
Vou listar algumas. Quem sabe encontro mais alguns velhos para fazer parte do clube da melhor ??? idade comigo.
Ontem fui a um show. Trata-se de um ambiente coletivo privado, ou seja, um local total ou parcialmente fechado, para a utilização simultânea por várias pessoas, coberto, destinado ao lazer. Isso significa que não se pode fumar lá dentro. Não sou eu quem diz isso. É a lei. Quer os números? Lei 9.294/1996, Lei 7.651/2009, Lei 12.546/2011. Respeitar pra que, né? Eu não me importo de ficar ao lado de alguém fumando, desde que seja por minha livre e espontânea E-S-C-O-L-H-A. Aí a pessoa se coloca de seu lado, fuma um cigarro chinfrim porque na certa não tem nem dinheiro para bancar o próprio vício, e, como se não bastasse soltar suas baforadas como se fosse a última criatura na face da Terra, ainda leva 3h para fumar um cigarro. Algo do tipo: eu nem fumo mesmo, só fico aqui segurando o cigarro para fazer um charme. Tão demodê semi-adolescentes fazendo tipo com cigarro. Se ainda fosse maconha, dava para dizer que resta um traço de transgressão na conduta.
Pula essa parte. Vamos para a cena do casal de semi-adolescentes no cio. Quero dizer que essa expressão semi-adolescentes foi cunhada por mim mesma, quando quero me referir àquela turma de 20, 20 e poucos anos que, dada a infantilidade de suas atitudes, não podem jamais ser chamados de adultos, ainda que legalmente já o sejam.
Bom, você está no show, tentando ver, com certa dificuldade, o artista lá no palco. Apesar de estar no camarote, ainda assim encontra empecilhos para o seu propósito, porque é dotada de certa deficiência vertical. Ok, ninguém tem nada com isso. Aí você encontra um lugarzinho com uma visão entre as duas cabeças que estão bem à sua frente. Com sorte, quando eles não se sacodem muito dançando, você consegue ter a sua visão de relance do palco. Não passam 02 minutos. O casal de semi-adolescentes, muito esperto, claro, também acha perfeito aquele local que você arrumou. E não se importa nem um pouco de se colocar bem à sua frente. Não interessa se a bunda do espécime masculino do casal fica tocando em você. O problema é seu. Mas a questão não é só ele estar tapando por completo a sua visão do show. Lembram que eu falei que era um casal de semi-adolescente no cio? Então. A espécime feminina do casal, a cada 20 segundos, dava as costas para o palco para protagonizar cenas preparatórias para o acasalamento. Gostaria de deixar claro que longe de mim ser uma puritana. Quem não já deu seus amassos por aí? Mas pera lá, tudo tem limite, né? Ainda tinha a curvadinha que o espécime masculino fazia, na certa para encaixar melhor na espécime feminina. Claro que com isso ele encostava a bunda mais em mim. Eu juro que queria ter levado uma caneta na bolsa ontem. O máximo que eu conseguia fazer era empurrar, mas era inócuo, dado o alto grau de hormônios que estavam no ar.
Pulemos para a terceira cena da noite. Quando percebi que do local onde eu estava não ia rolar ver o show, decidi subir para a outra parte do camarote. É claro que os melhores lugares já estavam ocupados, então me coloquei em um espaço de onde pelo menos eu via o palco. Nesse lugar tinha um casal bem espaçoso, já que, onde caberiam 3 pessoas tranquilamente, eles se espalhavam para ficar somente eles. Tudo bem. Aí percebi que o cara era meio sem noção. Gritava como se aquele show fosse a última coisa que ele faria na vida. Interagia com Marcelo Camelo tenho a impressão que a recíproca não era verdadeira. Dizia que o que Camelo tinha feito tinha dado certo, porque aquele era um show para a Concha, mas que estava funcionando ali. Cantava gritando para a sua mulher/namorada/noiva/peguete, que, por sua vez, cantava gritando de volta. Gente, quando eu falo gritando, é gritando mesmo. 
Vou me alongar nesse trecho. Esse casal já estava berrando desde quando chegamos. Assim, o show de Camelo era voz e violão. Voz e violão, ficou claro? Pronto. Os tietes histéricos não paravam de urrar e cantar. Garanto que muitos vão dizer que não ouviram o violino em algumas músicas. Tenho certeza que outros tantos não perceberam vários dos solos incríveis que Marcelo Camelo fez, porque ou estavam cantando as músicas de Los Hermanos, ou estavam pedindo para Los Hermanos voltarem, ou estavam simplesmente cantando, de forma egoísta e emocionada, a SUA música. Pode ser impressão minha, mas ainda que Marcelo Camelo espere que o público em Salvador cante as músicas, imagino que tenha ficado um quê de decepção, por conta das pessoas não terem compreendido o formato do show. Ele deu uma alfinetada, mas é óbvio que as pessoas estão muito preocupadas com seu umbigo para perceberem a necessidade/desejo alheio.
Voltando ao casal, eles não paravam de berrar, tanto as músicas quanto expressões de louvor aos baianos, que estavam fazendo um espetáculo tão lindo na opinião deles, deixo a ressalva. A coisa piorou um pouco quando o cara saiu para ir ao banheiro e eu me coloquei na balaustrada #foiprafeiraperdeuacadeira. Ninguém mandou beber tanta cerveja. Quando ele voltou, percebi que começou a berrar ainda mais, acho que de raiva. Desconfio de uma lesão no meu tímpano. Quando foi a vez de a menina ir ao banheiro, Erico ficou na balaustrada. Cara, aí a coisa piorou muito. Dava para sentir um bafo de cachaça quando ele berrava no meu ouvido. Ele tentava fazer uns vocais, algo meio gutural, imagino que deva ter algo a ver com cólicas intestinais graves. Se eu tivesse um Floratil na bolsa, com certeza ofereceria a ele.
Enfim, o show acabou e eles foram embora. E eu fiquei, com o tímpano estourado e a constatação de que minha terceira idade começou ontem.
Em homenagem à minha rabugice, deixo aqui um trechinho de uma música de Maglore, uma das bandas do show de ontem.

Demodê
Quando eu ficar ranzinza 
e não pude mais reverter
A idade que incomoda
é um demodê, feito pra vender
Vou andar no descompasso
dos cinquenta eu não passo
não vou ter mais sensatez
Maldizer vai virar esporte
vamos desdenhar da sorte
Ganhar mais e mais perder

quarta-feira, 17 de julho de 2013

A nega do leite e o pintinho: uma história da carochinha

Hoje ouvi de colegas que estava falando mais do que a nega do leite. Engraçado. Ouvir essa expressão é algo que faz parte da minha realidade mais remota, de quando ainda era uma criança e formava a imagem da nega maluca carregando leite e nada fazia muito sentido no meu fantástico mundo de Bob. Provavelmente escuto isso desde que comecei a falar, embora não lembre muito bem. 
Desconfio que isso deve ter algo a ver com o fato de terem colocado um pintinho para piar em minha boca, porque eu estava demorando para falar ah se soubessem. Só para esclarecer, trata-se do pinto filho da galinha, ok? Tipo aqueles que ganhávamos nas feiras de animais e misteriosamente não duravam mais de uma semana na casa de ninguém. Pintos de outra natureza não vem ao caso neste momento. Voltei. Bom, pode não ter sido em minha boca que colocaram o diabo do pintinho para piar na minha casa tinha um pintinho, na minha casa tinha um pintinho, o galo cocó, a galinha có, o pintinho piu, o pintinho piu, o pintinho piu. Acho que eu não estava demorando de falar, mas de andar. Vou perguntar a minha mãe e esclarecer qual era a área de minha lerdeza. Enfim. Voltei de novo. O fato é que sempre falei muito, sempre falei alto. Sempre falei demais. Ainda hoje sou assim. Quando percebo, só eu estou falando, quando me dou conta, já interrompi quando pisco o olho, já estou no palco declamando "batatinha quando nasce, esparranja pelo chão". Foco.
Reconheço que ainda preciso aprender a ouvir mais. Muito mais.
Quanto ao palavrório, também já tentei me controlar, tagarelar menos e falar menos palavrão, mas disso já desisti. Fica para a próxima. Encarnação. Percebi que, falando muito, também me exponho muito. Me devasso. Por outro lado, falando tanto, me disfarço. Porque falo também para me esconder. Falo para não ter de me mostrar por inteira. Falar muito é como atuar para quem é tímido. A diferença é que, quem atua, se esconde atrás de um personagem. Eu consigo me ocultar atrás de mim mesma.
Quando eu não consigo nem falar, é porque a situação está gritante, com o perdão do trocadilho. É porque já não consigo me camuflar. É porque a verborragia não seria capaz de criar uma cortina de fumaça e tirar o foco de mim mesma. Então me calo.
Minhas palavras muitas vezes podem incomodar. Mil perdões. Mas é o meu silêncio que me assusta.    

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Em segredo, mantenho viva a minha paranóia

Ô, depois de tantas esperanças, expectativas, ansiedade e tombo, só me resta mesmo conservar meu medo e manter ele bem aceso, já dizia Raulzito.
Já desisti desse negócio de que não devo me preocupar, porque é só especulação. Eu que não coloque minhas barbas de molho não, para ver o que acontece comigo.
Desde meados de maio, minha vida está de cabeça para baixo, minha rotina foi para o espaço. Aí tento aqui e ali ajeitar as coisas, para sentir o mínimo possível.
Quero minha vida de volta, cada minuto de minha programação. Quero mais ainda ter a perspectiva de tê-la de volta, o que, por enquanto, é um horizonte bem distante. Adoraria ser otimista e fazer a Poliana, com seu jogo do contente, mas não está rolando não. A energia à qual estou submetida por agora acaba me tirando essa capacidade de tentar ver o lado bom das coisas.
E o pior é não ter nem a possibilidade de dizer não.

domingo, 23 de junho de 2013

E a frase vencedora é...

No fim das contas, eu tenho muito que agradecer.
Quando parece que está dando tudo errado, quando a vida dá uma reviravolta, quando acontecem coisas até esperadas, mas indesejadas, quando fica tudo meio bagunçado e aí bagunça tudo um pouco mais, quando eu me sinto perdida diante dessa situação toda, quando parece que ela não vai ter fim... Vem a vida e mostra que talvez o desespero não tenha sido para tanto, que eu até que me comportei bem diante desses acontecimentos, que já está na hora de minha rotina voltar aos eixos, e me enche de pequenas e grandes coisas boas, para me dar ânimo de seguir.
Nessas semanas do acontecido que não posso ficar falando aqui por uma questão de preservação, fiquei com receio de tudo TUDO mesmo dar errado, de não conseguir dar conta, não consegui dormir direito, aquelas coisas todas. Mas chame de sorte, de coincidência, Deus operando, seja o que for, o problema não foi tão grande assim. Uma série de incidentes fez com que o negócio não ficasse tão feio quanto eu pintava. Ainda, eu estava em uma situação desconfortável, que estava afetando vários aspectos de minha vida.
No Dia dos Namorados, eu já estava meio assim porque, apesar de ser nosso primeiro 12 de junho em nossa casa, não tinha programado nada, afinal, trabalharia o dia todo e à noite teria aula. Acabou que não tive de trabalhar o dia todo, mas, como estava em cima da hora, não tive como preparar nenhuma surpresa. Por sorte, consegui comprar um presente para Erico quando estava saindo do trabalho, pois o que tinha pensado inicialmente não deu certo. Quando cheguei em casa, descobri que ganhei uma promoção, cujo prêmio era um ensaio fotográfico com a Conceito Dois em Um, com quem quase fiz as fotos de meu casamento.
Os dias seguiram seu rumo, trabalho, academia, curso, estudo, aquela mesmice toda, quando, no dia 18/06, recebi a notícia de que havia vencido uma outra promoção, em primeiro lugar, ganhando de prêmio um curso de 04 semanas na Itália. Enlouqueci. Surtei. Gritei. Difícil até descrever a minha emoção. Ir para o país que sempre sonhei, fazer um curso de um mês, conhecer vários lugares, ter aula não só da língua, mas de história, arte, gastronomia. Só não vai ser perfeito porque Erico não vai comigo.
É ou não é uma ótima forma de as coisas começarem a dar certo?
Antes que falem que sou sortuda, tenho de dizer, sem modéstia, que sou muito boa em participar de promoções que envolvam textos, frases... Já ganhei adega, geladeira, caixa com produtos Nestlè, kit de shampoo, uma Dolce Gusto, roupa de academia... Quando morava em Jequié, participava de vários desses concursos culturais afinal, além de trabalhar e comer pizza de metro, não tinha muito o que fazer. Hoje não tenho mais tanto tempo de ficar procurando as promoções, mas de vez em quando ainda acho uma ou outra por acaso e me inscrevo.
A promoção do ensaio não foi de frase, mas de foto. A do curso na Itália enchendo os dedos para dizer que o curso é na Itália, tinha de escrever um texto sobre o meu sonho italiano. Coincidência, pressentimento, premonição, sugestionamento... Mais uma vez, chame do que quiser. Alguns dias antes de sair o resultado, eu sonhei que viajava com uma colega do italiano, que agora está na Itália fazendo um curso que ganhou em um concurso promovido pela escola, de fotos representando a relação Brasil Itália. E, claro, antes de sair o resultado, comentei meu sonho com Erico, dizendo que venceria. #maedinah
Enfim, aparentemente as coisas estão começando a voltar aos eixos. Ainda tem umas arestas aqui e ali para acertar, o importante mesmo é que o pior que nem foi tão ruim assim, tenho de admitir já passou.
Eu sei que muita gente diz que eu não acredito em nada. Eu acredito do meu jeito. Sei reconhecer quando as coisas acontecem porque algo maior do que nós está interferindo. Não sei nomear, não sei descrever, não sei enquadrar. Apenas sei. E sei reconhecer quando as pessoas estão canalizando suas boas energias para mim, seja em forma de oração, de pensamento, de sentimentos. E agradeço muito por tudo, tudo, tudo que fizeram por mim nesse período mais complicado. E, digo que, do meu jeito torto, procuro retribuir todas essas coisas boas que todos fazem por mim.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

O que me representa

Hoje estive na manifestação, junto com minha mãe e com minha irmã. Bonito ver as pessoas nas ruas, uma série de demandas, uma salada de fruta de rostos, cores, idades, sexos, protestos.
As pessoas gritavam, cantavam, sorriam. Caminhavam tomando as ruas, tomando posse de sua cidade.
Havia muito oba oba, mas havia muito engajamento. Pessoas debutavam em manifestações. Pessoas relembravam antigas manifestações. Idosos acenavam das janelas, sacudiam panos brancos, jogavam papel picado. Os manifestantes pedias para as pessoas descerem. Muitas desciam.
Fomos até o complexo policial dos Barris. Em alguns momentos, vimos o que parecia ser um início de confusão era confusão, na verdade, a polícia atacando os manifestantes, mas depois a coisa acalmou. Sentamos pare decidir por onde iríamos embora, então subimos pela ladeira da Concha. Vimos o Campo Grande ainda cheio, manifestantes decidindo para onde iriam pouco depois, o bicho para valer por lá. Pegamos um táxi no Garcia e viemos para casa. No caminho, vimos lixo queimado no meio da rua.
Já em casa, começamos a ouvir bombas, tiros e vimos a policia fazendo cerco na rua que dá acesso ao Palácio de Ondina. Os gritos ficaram mais fortes, ouvimos helicópteros e o gás lacrimogêneo começou a nos incomodar, mesmo dentro de casa.
Depois de algum tempo, os gritos foram afastando, as bombas ficaram mais espaçadas e os efeitos do gás começaram a passar. Pela internet, via as notícias sobre o trajeto dos manifestantes e da ação da polícia.
Temos muito a refletir sobre esse movimento. Sobre seu objetivo, seus rumos, suas demandas, suas pautas, suas proposições. Pensar seu modo de atuação. Pensar sobre seus participantes. Pensar sobre os acontecimentos. Saber avançar, mas saber retroceder. Saber negociar. Até porque, se as pessoas não estão dispostas a negociar, trata-se de uma revolução. Resta saber se todos estão dispostos a ser revolucionários.