quinta-feira, 20 de junho de 2013

O que me representa

Hoje estive na manifestação, junto com minha mãe e com minha irmã. Bonito ver as pessoas nas ruas, uma série de demandas, uma salada de fruta de rostos, cores, idades, sexos, protestos.
As pessoas gritavam, cantavam, sorriam. Caminhavam tomando as ruas, tomando posse de sua cidade.
Havia muito oba oba, mas havia muito engajamento. Pessoas debutavam em manifestações. Pessoas relembravam antigas manifestações. Idosos acenavam das janelas, sacudiam panos brancos, jogavam papel picado. Os manifestantes pedias para as pessoas descerem. Muitas desciam.
Fomos até o complexo policial dos Barris. Em alguns momentos, vimos o que parecia ser um início de confusão era confusão, na verdade, a polícia atacando os manifestantes, mas depois a coisa acalmou. Sentamos pare decidir por onde iríamos embora, então subimos pela ladeira da Concha. Vimos o Campo Grande ainda cheio, manifestantes decidindo para onde iriam pouco depois, o bicho para valer por lá. Pegamos um táxi no Garcia e viemos para casa. No caminho, vimos lixo queimado no meio da rua.
Já em casa, começamos a ouvir bombas, tiros e vimos a policia fazendo cerco na rua que dá acesso ao Palácio de Ondina. Os gritos ficaram mais fortes, ouvimos helicópteros e o gás lacrimogêneo começou a nos incomodar, mesmo dentro de casa.
Depois de algum tempo, os gritos foram afastando, as bombas ficaram mais espaçadas e os efeitos do gás começaram a passar. Pela internet, via as notícias sobre o trajeto dos manifestantes e da ação da polícia.
Temos muito a refletir sobre esse movimento. Sobre seu objetivo, seus rumos, suas demandas, suas pautas, suas proposições. Pensar seu modo de atuação. Pensar sobre seus participantes. Pensar sobre os acontecimentos. Saber avançar, mas saber retroceder. Saber negociar. Até porque, se as pessoas não estão dispostas a negociar, trata-se de uma revolução. Resta saber se todos estão dispostos a ser revolucionários. 

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