domingo, 11 de janeiro de 2015

Sobre bolo e guaraná

Eu já disse que faço aniversário no mesmo dia que Simone de Beauvoir? É, não se nasce mulher, torna-se. Deve ser por isso que tive tanta pressa de chegar ao mundo. Porque havia muita coisa a ser feita para que eu me tornasse mulher: viver, sonhar, carregar bandeira, ter tempo para ser feliz. E ter coragem para sê-lo.
E quando se decide ser feliz, tudo acontece para mostrar que se escolheu o caminho certo. Porque o amor envolvido não tem fim. E você deixa de ter qualquer dúvida sobre as sementes que plantou e os sentimentos que buscou espalhar pelo mundo.
Nesses três dias da micareta de aniversário, eu tive as melhores demonstrações de carinho e afeto. Muito mais do que poderia imaginar. Desde pessoas que eu mal conheço, mas que deixaram lindas mensagens, até as pessoas próximas, que dedicaram seu tempo para comprar - e fazer! - presentes que fossem a minha cara e como acertaram, meu Deus!, e me desejar o que há de melhor nesse novo ciclo que se inicia. E mesmo as que lembraram apenas por conta da notificação do Facebook, sem problema! Pararam ali um minutinho para escrever algo bacana para mim. Em tempos de tanta correria, isso para mim já é uma demonstração de afeto sem igual.
A micareta de aniversário começou na própria sexta-feira, em que fui recebida no Rooftop, do meu queridíssimo amigo Vlad, onde foram abertos os jogos os trabalhos comemorativos. Compareceu quem sempre comparece. Quem bate o ponto mesmo. E olhe, é dessas pessoas que quero me cercar, hoje e sempre.
O sábado foi um dia mágico, não dá para encontrar uma palavra para defini-lo. Começou com um Pedal com SUP, que simplesmente foi perfeito. Não, mais do que perfeito. Sabe algo que brilha, que emana boas energias? Que cria em volta de si uma atmosfera de alegria? É isso. Pedal de bem com a vida, diversão dentro da água, café da manhã sucesso, com direito a bolo delicioso mas sem guaraná e a melhor parte, cercada de pessoas maravilhosas, que não deixam ninguém ter dúvidas de que é querida. 
E a tarde do sábado, hein? O que falar? Tricotar com tantas meninas a tarde toda foi uma delícia. Pode fazer aniversário toda semana para repetir? Quero vocês em minha casa sempre, gente!!! Presença que é presente, o que mais posso querer da vida?
E aí, a cereja do bolo, encontro da Família Marconi na matriz, com a presença ilustre dos habitantes da terra da garoa! Ausência apenas de Thiago, Rafael e Bruno Marconi, com os seus respectivos núcleos familiares. E aí cada vez que nos reunimos dessa forma eu me pergunto por que não fazemos isso mais vezes, hein?
Eu não gosto da banalização da palavra gratidão. Nem do uso irrestrito e indiscriminado da palavra amor. Só que não há outras que eu possa usar aqui. Porque é disso propriamente que se trata. Gratidão e amor. Por ter recebido tantas boas energias, de pessoas que estavam longe ou perto, pelo abraços apertados, pelos desejos de saúde, paz, sucesso. Pelos presentes carinhosos, escolhidos com tanto cuidado e atenção. Pela oportunidade de estar perto. Por terem trazido tantos sorrisos para os meus dias. Por me ajudarem a entender que sim, eu me tornei mulher, removi pedras e plantei roseiras, tenho tempo e coragem para ser feliz já diziam Simone, Adélia, Cora e Dona Canô. Por terem feito não só os dias de meu aniversário mais bonitos, mas por darem à minha vida um colorido todo especial. 
Então, hoje e sempre eu sou amor e gratidão da cabeça aos pés.




















 

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Sobre o que veio e o que vem


Daqui a algumas horas, acaba meu inferno astral e o meu ano começa.
Começa também uma nova Marcella, porque a cada ciclo de 365 dias que se inicia, surge também um ser singular, pleno de desejos e potencialidades. Nasce uma pessoa disposta a fazer, refazer e desfazer. Olhar e ver. Ouvir. Sentir. Essa sou eu. Essa renovada eu. 


Que fica ainda mais velha, mais rabugenta e mais chata. Sim, acreditem, isso é possível. E sim, não me importo. Mentira, mas me importo cada vez menos. Quero me importar menos ainda. Porque essa nova eu é claustrofóbica e não se dá muito bem com caixas, amarras e espaços apertados. Então não ligo não quero ligar se as pessoas se importam com as minhas reclamações. Ou se somente me enxergam através disso. Eu tenho de me conscientizar que a mente limitada é a de quem escolheu me ver por suas lentes tacanhas. Se eu não estou ofendendo nem magoando você, então você não tem nada a ver com isso. Que tal perguntar como eu estou ao invés de me condenar ou tentar me definir? Por um 2015 com mais rotas e menos rótulos.
E só para situar, minhas reclamações não surgem do nada. Eu não sou a chata porque simplesmente nasci para tornar o mundo mais sisudo. De alguma forma eu assumi um papel que precisava ser tomado por alguém. E que vários alguéns tomaram para si. Alguns de forma mais suave, outros ainda mais brutos do que eu. Cansa, dá trabalho e desgasta. Às vezes eu exagero? Sim? Passo do ponto? Também. Os transtornos são temporários, mas os benefícios serão permanentes. Brincadeira. Eu tenho me esforçado para ver o mundo com lentes mais coloridas e tolerantes, até mais benevolentes. Paciente. Buda. Entoa um mantra. Respira. Juro. Nem sempre dá, e começo a rosnar no meio do Ommm. Isso decorre da minha personalidade e das escolhas que fiz para mim e de um sangue com baixo ponto de ebulição também. Do que acredito. Dos meus sonhos. Dos meus ideais. Das batalhas que escolhi lutar. E são muitas, mais até do que sou capaz de dar conta. Mas ainda assim eu tento. E falo isso tanto do aspecto micro quanto do macro. Falo do meu quarto e falo do mundo. Eu tenho tentado chamar as pessoas de idiota com um sorriso no rosto. Desconfio que a maioria não percebe o que estou fazendo, porque burrice é uma zorra, então para mim não funciona. Estou partindo para o xingamento mental.

Sei que o cenário parece meio cinzento, mas não pense você que a coisa só piora com a idade. Somos feito vinho,esqueceu? Ficamos mais do que perfeitos com o tempo eu pelo menos estou ficando mais saborosa, complexa, intensa.... Às vezes eu me questiono se de fato me tornei uma pessoa melhor com o passar dos anos. Eu acreditava que sim, mas de quando em vez me ponho em dúvida. O que é ser melhor? É ser socialmente mais aceita? É me enquadrar em um padrão? Falar menos palavrão? Seguir conceitos e preconceitos? Aceitar que determinadas coisas são assim porque sempre foram assim? Não, para mim não dá. Escolhi o caminho mais difícil e escolheria cem vezes. Aliás continuo escolhendo. Então, no fim das contas, eu me tornei ou não uma pessoa melhor? Sim. Porque estou mais firme de minhas convicções e princípios. Porque não aceito preconceitos e repudio quando percebo em mim mesma qualquer atitude nesse sentido. Porque me tornei uma pessoa menos egoísta o que não quer dizer que eu não seja egoísta. Porque sou disponível. Porque tenho atitudes em busca de uma sociedade mais justa e mais humana. Porque procuro exercer o desapego, ainda que seja taxada de materialista e pouco espiritualizada. [Não me rotule, lembra? Das minhas crenças cuido eu. Do que eu acredito, não acredito, passei a acreditar e deixei de acreditar novamente cuido eu. Se faço oferenda, se rezo uma missa, se vejo gente morta ou se abro um livro de física quântica, isso só me diz respeito. Não me julgue, não me enquadre, eu sou muito mais fluida que seus conceitos estanques.]
Relendo esse texto, ele me pareceu muito mais pesado do que eu gostaria, mas ele tem a carga absolutamente necessária. Para uma cética, eu tenho acreditado muito em determinadas coisas astrológicas. Ou apenas me deixei impressionar. Vai saber. Mas não é por acaso que hoje chegou aos meus olhos esse texto, sobre a missão de cada signo.

"Capricórnio, venha cá...
'A ti, Capricórnio, quero o suor de tua fronte, para que possa ensinar aos homens o trabalho. Não é fácil a tua tarefa, pois sentirás todo o labor dos homens sobre teus ombros; mas pelo jugo de tua carga, te concedo o Dom da Responsabilidade.'
E Capricórnio voltou ao seu lugar.
Principal característica: a persistência
Qualidade: disciplina
Defeito: rigidez"

Assim como chegou até mim um outro texto, falando sobre a previsão dos signos para 2015, em um  momento que foi um pequeno aperitivo do que seria será este ano.

"O caos se manifesta para dar nascimento a uma nova ordem que hoje brota especialmente nos corações capricornianos. Crise é sinônimo de oportunidade. O ano de Marte não perdoa. O que é preciso será preciso e não tem jeito. Você não será mais a mesma."

Tá, é para lutar? Vamos em frente. Mas eu vou com um sorriso no rosto e com o coração leve. Junto de quem vale a pena e de quem queira estar comigo. E que seja divertido esse caminhar, mesmo permeado de percalços. Até porque, pelo que me conste, ninguém nos proibiu de voar. Feliz nascimento para mim.