quarta-feira, 18 de setembro de 2013

E vamos tacar pedras

Acho que as pessoas deveriam se meter um pouco menos a falar sobre o que não sabem. Isso vale para Direito, Medicina, Jornalismo, Fisioterapia, Contabilidade, Arquitetura, Engenharia, Enfermagem, Pedagogia... Porque, né, pedir para que alguém admita que não sabe alguma coisa é um pouco de utopia de minha parte. 
E tome-lhe a fazer juízo de valor, acusações infundadas, generalizações idiotas. Publicam comentários, republicam mensagens, reproduzem reportagens, tudo isso de forma quase acéfala. Somente esses dias me dei conta que antigamente, no Brasil, nós tínhamos 180 milhões de técnicos da Seleção Brasileira. Hoje, temos não só 198,7 milhões de técnicos, como também especialistas em espionagem internacional e pós-graduados em Direito Penal, com ênfase em ações originárias do STF. Ou seja, no Brasil, não vale a máxima "de médico e louco, todo mundo tem um pouco". Aqui é: de médico, louco e jurista, todo mundo tem é muito, até demais.
Não que eu esteja fazendo qualquer tipo de reserva de mercado e dizendo que somente as pessoas formadas em Direito possam discutir esse assunto tão em voga e tão importante. Ele merece, sim, estar em todas as rodas de discussões, e isso, graças a deus, mostra um pouco mais de engajamento de nosso povo. Mas as pessoas, principalmente aquelas mais instruídas, tem de ser responsáveis e agir racionalmente, sendo cuidadosas com as palavras que proferem, no mundo real ou virtual, os quais, ressalte-se, não são estanques. Todos podem e devem buscar, ler, estudar, se inteirar sobre o assunto, antes, eu disse ANTES, de se posicionar. Do contrário, estarão servindo de massa de manobra, da pior espécie inclusive, porque aquela que se diz letrada e esclarecida.
Só que fazer isso dá trabalho. É difícil. Por vezes, incompreensível. E isso nos faz retornar ao início do texto. Muitas vezes, é melhor ficarmos calados para que as pessoas achem que não sabemos algo, do que abrirmos a boca e as pessoas terem certeza. 
Então, ao invés de seguir o caminho correto, justo e inteligente, a esmagadora maioria escolhe aceitar o que vem pronto, mastigado e engolido e impregnado de ideologia e convicções políticas de quem escreveu, ainda que alardeado como posicionamento neutro e imparcial, e espalhar na rede. Ou seja, sequer para, um segundo antes de digitar qualquer coisa que lhe vem à mente ou retuwittar, curtir ou compartilhar, para questionar se existe um outro ponto de vista, um outro lado, um se colocar no lugar do outro, um outro qualquer coisa. Não, joga pedra na Geni, na adúltera e em quem mais apareça na frente. E se iguala àqueles que, de forma sumária, condena. Porque pimenta no dos outros sempre foi refresco. E devido processo legal o caralho, eu quero é sangue!
Sim, já estou esperando que joguem pedra em mim também, mesmo que eu admita aqui, em público, que não me lembro quando foi a última vez que estudei sobre Embargos Infringentes.

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