domingo, 27 de setembro de 2015

Acumulando coisas

Tralhas. Lixo. Inutilidades. Coisas nunca usadas. Usadas até a exaustão. Esquecidas no fundo de gavetas. Escondida em prateleiras. Poeira. Teia de aranha. Olha, eu estava procurando essa roupa. Ou não. Muriçocas alvoroçadas por terem sido expulsas de seus esconderijos.
Frascos estão guardados em meio a pratos, garrafas e outros itens descombinados. Por mais que caixas e caixas sejam retiradas, parece impossível tirar daqui tudo que nos pertence.
O importante é esvaziar. Sair. Transformar aquilo que já foi um lar em um reles imóvel. Aluga-se?
Saem caixas e sacos, repletos, pesados. Fica parte de uma história.
Impossível não me emocionar. Relembrar tudo que vivi desde o dia que enchi o apartamento de toda a sorte de utilidades domésticas e de expectativas.
O dia em que comemos pizza, ainda sem mesa, sem móveis, sentados no chão.
A noite do open house. Tantas visitas vieram. Tantas noites de domingo preguiçosas. Quantos amanheceres vi de minha janela enquanto me arrumava para ir pedalar. Aniversários, copa do mundo, dia dos namorados coletivo...
Fui feliz aqui. Mas serei feliz em qualquer lugar. Clichê ou não, nosso lar é onde o coração está.  E talvez o meu não estivesse mais aqui.

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