sexta-feira, 3 de abril de 2020

Com quantas paredes se faz uma casa?


Sobre uma casa. Um lar. Parede, tinta, gesso. Tijolo, piso, rodapé. Amor. Pessoas preenchendo vazios. Que importa se não tenho guarda-roupa? E daí se o sol poente queima meus olhos através da janela sem cortina?
Vejo amigos em cada canto. O tempo todo. Mesmo quando não estão aqui. Porque sempre estão. Nas tardes modorrentas e nas noites divertidas.
E não haveria aqui se não fossem outras tantas pessoas. O teto, as cores, e outros tantos detalhes nada pequenos. Existem apenas porque outras mãos se fizeram presentes. Dia após dia. Mesmo quando eu ameaçava desistir. Quando eu nem mesmo acreditava.
E apesar de tudo, isso fez-se um lar. Um grande coração pulsando e vibrando para nos acolher a todos. Ainda que de forma improvisada, porque um ano depois temos um quarto da bagunça que teima em nos desafiar.
Um ano aqui é uma vitória. É ter conseguido me sentir acolhida entre paredes frias. É tê-las tornado um abraço apertado, um colo macio e um ombro compreensivo.
É saber que, ao menos por ora, este é o meu lugar. E o lugar de quem quiser chegar.
Obrigada.

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