quinta-feira, 22 de novembro de 2012

As coisas têm peso, massa, volume, tamanho, tempo, forma, cor, posição, textura, duração, densidade, cheiro, valor, consistência, profundidade, contorno, temperatura, função, aparência, preço, destino, idade, sentido.

Não sei se falei que há umas duas semanas tive uma "crise" depois da acupuntura. Respirava fundo sem estar com falta de ar, fiquei exausta... Não quis ir para a emergência, porque sabia que era decorrência da sessão que tinha feito mais cedo. A questão era saber o que tinha acontecido.
Uma semana depois, descobri. Um ponto relacionado a angústia não havia sido estimulado como nas outras sessões. Por isso a respiração difícil, a exaustão... Engraçado que sempre que a acupunturista perguntava se eu sentia angústia, eu dizia que não. A resposta correta veio, então, de outro jeito.
Daí que eu passei a olhar um pouco para mim e ao meu redor e ver exatamente o que eu sentia. Sim, tem muita coisa guardada aqui em meu peito. Coisas que nem sei nominar. Coisas que não posso externar. Coisas que até precisaria compartilhar. Coisas que teimam em querer ganhar o mundo, mas que precisam ser engolidas novamente, sem água nem nada para ajudar a descer, como uma pílula amarga, mas que não serve para curar nada. Coisas que muita gente tinha de ouvir. Coisas que eu gostaria que fossem ouvidas, mesmo que eu falasse baixinho. Coisas pintadas em tons raivosos, tristes ou decepcionados. Coisas travestidas de expectativas e esperanças. Coisas fantasiadas de medos e arrependimentos. 
Cabe um mundo dentro da minha mente e outro maior ainda dentro do meu coração. Quantas expedições serão necessárias para desbravar esses territórios? Algum dia farei um mapa?


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