sábado, 27 de dezembro de 2014

Uma retrospectiva sobre duas rodas - e sim, eu queria que a frase ficasse dúbia

Como falar de 2014 sem falar dela, a bicicleta, que entrou em minha vida no final de 2013, mas que, em 2014, promoveu uma verdadeira revolução na forma como eu enxergava e atuava no mundo?
O que era um hobby solitário, com pedais curtos, nas ciclovias e ciclofaixas, foi ganhando volume e intensidade. Conheci o pedal 2 em 1 e a pessoa que seria responsável, ao longo do ano, pela minha mudança de perspectiva em relação à bicicleta.
Passei a pedalar com alguns grupos, até que conheci um grupo só para mulheres, o Meninas no Pedal, com o qual me identifiquei logo de cara. Ainda em formação, me integrei às meninas, e fomos fortalecendo o grupo, agregando mais mulheres, papel que, ao longo do tempo, se mostrou fundamental para que houvesse, a cada dia, mais participação feminina no ciclismo como um todo.
Ao mesmo tempo, passei a atuar mais significativamente no Pedale Seguro Salvador e em suas iniciativas para recepção de ciclistas iniciantes.
Minha evolução nesse período foi visível. De uma pessoa que fazia 15km em 1h30min passei a encarar ladeiras, trilhas, pirambeiras sem muito temor. Encarei pedal de 100km, Ladeira do Funil, trilha em Nazaré das Farinhas, na cara e na coragem.
Paralelamente a isso tudo, minha visão sobre a bicicleta foi mudando. O que antes era esporte passou a ser também meio de transporte. Comecei a encarar seriamente a possibilidade de usar menos o carro. Isso foi algo que fiz quando comecei a andar com as laranjinhas do Itaú, mas que, depois de ter comprado minha própria bike, acabei deixando de lado. Passei a pedalar para o trabalho, o que, sem dúvida, foi o ponto de viração de minha relação com a bicicleta. A partir disso, percebi que os empecilhos estão muito mais em nossa mente do que na vida real. Existe risco? Sim, vários. Mas eles não podem ser paralisantes nem impeditivos. Já dizia Dona Canô, ser feliz é para quem tem coragem.
E como tudo em nossa vida está relacionado, esse meu novo olhar sobre a bicicleta e seu papel rendeu frutos. Minha vontade, aliada à de muitas outras pessoas tão ou mais engajadas do que eu, de atuar para fazer com que a bike seja respeitada e encarada como um meio de transporte viável e seguro fez quem que estabelecêssemos uma ótima relação com a PMS e outros órgãos, instituições e meios de comunicação. Isso proporcionou a divulgação de nosso trabalho, o que resultou em seu fortalecimento. Além disso, permitiu que pudéssemos, juntamente com outras pessoas atuantes, colaborar com a Prefeitura em capacitações que já eram um desejo do grupo, mas que somente com uma ação institucional foi possível na dimensão em que está ocorrendo.
E são tantos outros projetos, desejos, sonhos e metas a serem realizados que 2015 já parece pequeno para tanta coisa. O grupo Pedale Seguro Salvador mudou de nome, passou a ser Bike Anjo Salvador, e de foco, e isso abre um  leque de possibilidades infinito.
Já o grupo das Meninas tem uma série de desafios pela frente: consolidar, agregar, manter e estimular. Não é fácil. É na tentativa e erro que tentamos achar o ponto ideal para fazer  com que haja mais e mais meninas de rosa ocupando seu espaço nas ruas, nas trilhas, em todo lugar.
Como foi possível perceber, em determinado momento as histórias se misturam e não mais se consegue saber onde começa um grupo e termina outro, onde começa a bike esporte e termina a bike transporte, onde termina a Menina e começa a Bike "Anja". E é isso mesmo. Eu e as bikes, eu e os grupos, eu e minhas tantas atividades sobre duas rodas. Seja para ir à Praia do Forte ou ao trabalho, seja para vestir roupa de ciclista ou pedalar cycle chic, o que eu tenho a dizer é o seguinte: pedalar pode ser muito mais do que um esporte, muito mais do que lazer, muito mais do que transporte. Basta se deixar encantar e ter um pouquinho, mas só um pouquinho, de vontade de querer sempre mais. Você vai ver que rapidamente, o que no início já era suficiente passa a ser demasiadamente pouco. Em um espaço de tempo curtíssimo, vai querer ganhar o mundo sobre duas rodas. E quer saber o melhor? Você já ganhou.  

PS. São muitas, muitas, muitas as pessoas que significaram muito ao longo desse ano. Seja porque me ajudaram, seja porque ajudei, seja porque foram mais do que parceiros de pedal, mas amigos de verdade. Foram tantas as histórias, tanta superação, tantas conquistas. Alcançamos, juntos, muitos objetivos, e temos um caminho imenso a trilhar para conseguir ainda mais vitórias. Assim, para não correr o risco de deixar alguém de fora, preferi não citar nenhum nome. Mas não se engane, você escreveu essa história junto comigo e sabe disso. O mais importante de tudo? Laços de amizade foram definitivamente criados. E o que a bike une ninguém separa.




























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