terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Aplicativos - 17/12/2015


Aplicativo para contar passos, marcar pedaladas, controlar a quantidade de copos de água, conversar, pagar contas, ler jornal, fazer compras, denunciar, editar fotos, vídeos, ensinar o caminho, fazer turismo, ouvir música...
Somos medidos, avaliados, monitorados, contados, classificados, julgados o tempo todo. Expomos e somos expostos. Viramos dados, números, meros portadores de características mais ou menos vendáveis, mais ou menos atrativas. Algorítimos controlam o que vemos, manipulam emoções, controlam nosso acesso.
Amizades Bot. Pic Sentimentos. Amor Rate.
Um app sai do ar e causa mais comoção do que um mar de lama que mata pessoas e arrasta vida e histórias por entre refugo de minérios. Do que um incêndio que ano após ano acaba com a fauna e flora de um paraíso ecológico. Do que a podridão que toma a nossa Câmara dos Deputados, Do que a violência a que foi submetida Fabíola. Do que a tentativa de golpe. Do que..
Onde está o aplicativo para medir a nossa humanidade? Qual o ícone do contador de generosidade? Em que exato momento a tela de smartphones e computadores transformou nosso sangue em pedras de gelo?
Há como voltar atrás? Seremos capazes ainda de olhar uns nos olhos dos outros e estabelecer empatia? Em que sermos humanos seja mais importantes do que recursos eletrônicos? Há algo que tenha o poder de nos fazer estender a mão a um igual? E a um diferente? Chegaremos ao dia que em aceitaremos as pessoas sem julgamentos baseados em nossos estereótipos e preconceitos? E que a vingança não seja um prato a se comer frio, mas algo indigesto a ser evitado? Haverá anti-vírus contra o egoísmo?
Ou estamos fadados a virar avatares de nós mesmos, emojis expressando emoções que na prática não existem, desejando bom dia boa tarde boa noite burocráticos e vazios?

Nenhum comentário:

Postar um comentário