domingo, 17 de agosto de 2014

Amor adolescente

Nosso amor já não dura o tempo da vida de uma criança de não sei quantos anos. Virou um adolescente de 12 anos, afinal hoje em dia essa fase começa bem mais cedo que na nossa época.
Mas venhamos e convenhamos, depois de 12 anos, tudo o que não nos resta são revoltas sem causa, rótulos, questionamentos vazios, rebeldias superficiais e busca desenfreada por aceitação.
Ainda temos cá nossos momentos de besteirol, risadas gratuitas e infinitas por besteiras ditas na cama quando o cérebro já não funciona muito bem, pequenas surpresas cotidianas, vontades de jogar tudo para cima e dar aquela escapada no final de semana, apenas para não fazer nada em outro lugar. 
Temos nossos sonhos, nossos anseios, nossas utopias. Projetos que são cultivados de forma ingênua. Dúvidas de como lidar com certezas pretéritas que hoje mudaram de status. 
E temos o desejo e todos os seus desdobramentos. As novas faces que ele assume a cada dia. Os caminhos desconhecidos que ele desbrava quando achávamos que já sabíamos tudo um do outro. O ar de frescor que ele traz consigo quando a mesmice teima em querer se instalar.
Claro também que temos as nossas brigas. Idiotas, sérias, mas cada vez menos frequentes e menos duradouras. Somos adolescentes muito maduros para a nossa idade. Ou não.
Temos um ao outro. E não que isso baste no sentido que nada mais nos falta. Mas estamos juntos para buscar aquilo que ainda não possuímos, em todos os sentidos. Para lidar com os vazios, as incertezas e os medos. Para curtir os momentos de alegria que preenchem e dão sentido a tudo. E para fazer até da rotina aborrecente algo bom de se viver.








PS. Eu não tenho fotos digitalizadas desses 12 anos. Lembrem-se que câmera digital era algo inatingível para mim em 2002, pois eu era apenas uma estudante lenhada que fazia duas faculdades, andava de buzu e às vezes tinha de me virar nos 30 até para tirar xerox. A vida não era fácil para ninguém.

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