terça-feira, 7 de outubro de 2014

Trabalho voluntário - não volun-otário

Acho interessante essa coisa de trabalho voluntário.
Eu sou uma pessoa que ajuda os outros. Seja respondendo uma pergunta, fazendo uma pesquisa, indicando um local ou prestador de serviço, explicando um caminho, dando uma força com algum conhecimento que tenho, ensinando o quase nada que sei, falando palavras de apoio...  Brinco que sou um serviço de utilidade pública, mas não faço nada além do que todos deveriam fazer. EU acho. E isso é muito pouco. Muito, muito, mesmo. Mas é o que temos para hoje. Se eu fosse ficar angustiada por todos aqueles pelos quais não posso fazer nada, eu procuraria o primeiro pé de coentro à minha frente para me enforcar. Não é o caso. Vou agindo de acordo com as minhas possibilidades. tentando passar um pouquinho de alento e até felicidade para algumas pessoas.
O problema é que existe gente nesse mundo que acha que pode cobrar. Mais ações, mais dedicação, mais comodidade.
Quer um exemplo? Eu sou bike anjo cadastrada para a região onde moro. Você mora perto e quer aprender a pedalar? Que ótimo, vamos marcar aqui perto e tudo bem. Mora longe? Poxa, chato, mas ainda assim a gente pode se encontrar em um lugar que seja perto. Não, desculpa, eu não vou para Lauro de Freitas te dar aula. É, eu sei, pegar ônibus é ruim mesmo, mas é você que quer aprender a andar de bicicleta, esqueceu? Hmmm eu tenho outras coisas para fazer, não posso ficar o dia inteiro à sua disposição. Ah, eu te disse que a aula era às 08:00h? Tem certeza que você não entendeu errado? Certo, ainda que eu tenha dito errado, o que eu duvido, será que você pode lembrar que esse aqui é um trabalho voluntário e que fica feio você já começar a aula reclamando justamente para a pessoa que vai te ensinar a andar de bicicleta? 
Ou seja, as pessoas querem aprender, de forma gratuita e ainda querem se dar ao luxo de escolher, dia, horário, local e o diabo a quatro. Não que ninguém tenha de aceitar trabalho mal feito. Mas quem se dispõe a fazer o que fazemos está completamente engajado em dar o seu melhor. Ninguém faz corpo mole só porque não está ganhando nada com isso. Aliás, ganhando nada vírgula, nós ganhamos muito: aprendizado, experiência, sorrisos e agradecimentos, que não tem dinheiro no mundo que pague.

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