terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Sobre o Carnaval, a Escola de Bike e o Mini Circuito da Vila Infantil do Itaú

"Hoje não tem dança
Não tem mais menina de trança
Nem cheiro de lança no ar
Hoje não tem frevo
Tem gente que passa com medo
E na praça ninguém pra cantar
Me lembro tanto
E é tão grande a saudade
Que até parece verdade
Que o tempo inda pode voltar"


É, acabou o Carnaval. Pelo menos para nós, que trabalhamos na Vila Infantil do Itaú, terminou às 15:00h. A sensação de dever cumprido, de missão completada, tenho certeza que é compartilhada por todos.
Foram 08 dias de trabalho, muito trabalho, desde o dia 07/02. O desgaste físico, em alguns momentos, foi intenso. O calor foi grande, e a nossa vontade de colocar as crianças para pedalar fez com que nos dedicássemos ao máximo a cada pequeno ou pequena que chegava até nós querendo aprender a andar de bike sem rodinha ou àquele que sequer conseguia pedalar pra frente. Tudo foi recompensado com sorrisos, olhos brilhando, abraços sinceros e beijos estalados.
Cada criança que passou por nós foi um presente em nossas vidas. Muitos pedalaram pela primeira. Impossível não se deixar contagiar por sua alegria. E o olhar orgulhoso dos pais? Vitória compartilhada pela família. Vários saíram da aula quase pedalando. Tanto insistiram depois que acabaram conseguindo, e voltavam cheios de si para nos mostrar.
Teve os pequetiticos que mal alcançavam o pedal.. Quantos não tiveram de ser retirados da bicicleta chorando, porque não queriam sair?
No Mini Circuito, outra festa. Os pimpolhos amaram pedalar na "rua", e nós podemos passar noções de condução defensiva e respeito no trânsito. Esperamos ter feito a diferença na vida desses futuros ciclistas.
Isso sem falar em todas as crianças especiais que nos visitaram durante todo esse período. Difícil até expressar a minha sensação de satisfação e gratidão por ter tido a oportunidade e o privilégio de conviver com esses meninos e meninas iluminados, ainda que por pouco tempo. Eu ganhei sorrisos, risadas, frases empolgadas, ciclistas concentrados. Ganhei também palavras de gratidão de pais que confiaram a nós, ilustres desconhecidos, a diversão de seus filhos. Esperamos ter retribuído à altura. Só podemos agradecer pela presença e pela alegria que nos foi concedida.
O grupo de Bike Anjos que atuou nessa ação dedicou várias horas de seus dias de Carnaval para que o Mini Circuito e a Escola de Bike fossem um sucesso. Foram mais de 2000 crianças atendidas em 08 dias. Não é pouca coisa. O mais importante é que fizemos o nosso trabalho com alegria, responsabilidade e consciência de nosso papel. 
Ao Itaú, responsável pela Vila Infantil como um todo, obrigada pela parceria e pelo voto de confiança no trabalho do Bike Anjo Salvador. Esperamos ter feito um trabalho condizente com alto nível do evento. 
Falando agora em meu nome... Eu, Marcella Marconi, não esperava que fosse ter um Carnaval tão especial. Só tenho a agradecer pela chance de participar de um projeto tão grande e tão bem recebido pela população. Vivi experiências fantásticas, emocionantes. Presenciei crianças evoluindo de um dia para o outro. Testemunhei vitórias, determinação, coragem. Vi brilho nos olhos, abraços acolhedores. Contemplei dedicação, esperança, doação, entrega. 
A todos os Miguel, Vitor, Valentina, João, Guilherme, Luiza, Duda. Lila, Clara, Gabriel, Mariana, Francisca, Osmar, Luanda, Luande, Antônio, Zeus, Kevin, e a todos aquele que não lembro o nome: MUITO OBRIGADA. Até 2016!!!


Escolhi essa foto porque ela sintetiza toda a emoção do que vivemos durante a Carnaval. Poder acompanhar Miguel durante o Mini Circuito foi um prazer. Ele possui algum tipo de atrofia, se não falo nenhuma besteira. Apesar disso, pedala muito bem. Minha companhia foi necessária apenas para evitar um possível choque ou queda. Estar ao lado dele, ver uma criança que vencer as dificuldades, presenciar pais felizes por seu filho participar e se divertir, se isso não é um  presente, eu não sei o que é.



Já Osmar foi uma grata surpresa. No primeiro dia, acompanhei-o durante todo o percurso do Mini Circuito, já que ele é autista e a mãe pediu que tivesse sempre alguém por perto. Hoje a mãe fez a mesma observação. Mas na hora do vamos ver, não é que ele estava soltinho, pedalando tudo, sem auxílio nenhum?? Não resisti e fui falar com a mãe, que ficou super emocionada e disse que não estava se sentindo muito bem, mas que fez um esforço para levá-lo, pois ele ficou muito feliz de ter participado. Peraê, caiu um cisco no meu olho... 

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