Às vezes, eu sei que não posso exigir de algumas pessoas mais do que elas podem me dar. Mas inconscientemente acabo esperando delas algo além daquilo que elas me prometeram. E fico chateada, não só por não receber aquilo que eu gostaria, mas por ter esse desejo equivocado.
Pior é nem poder explicar o porquê da cara amarrada, pois a pessoa vai acabar se sentindo cobrada, o que não é justo!
Já ouviu falar em sinuca de bico? Muito prazer!
Equilibrar a relação entre o que esperamos do outro e o que o outro se comprometeu a nos dar em troca é um dos pontos chave para o sucesso de uma relação. Claro, afinal, amar nunca foi um verbo intransitivo. Também não é uma equação matemática, do tipo: olha, eu te dou um pouco de carinho, aí você me retribui com um beijo, a gente soma um cafuné e subtrai um ciúme besta. Porque fazer carinho no outro é bom para quem faz e quem recebe. Ninguém beija sozinho no máximo beija a mão, o espelho ou a laranja. Fazer sexo é um ato que exige, no mínimo, duas pessoas. Ou seja, tudo que fazemos num relacionamento vai e volta isso não é um trocadilho.
Agora, a partir do momento em que um dos dois faz algo somente pensando naquilo que receberá em troca, aí sim a coisa fica estranha. Sentimentos e atos ligados a eles não podem ser considerados moedas de troca.
Atenção, carinho, compreensão, palavras e silêncios, colo, tudo isso são coisas que fazemos e pronto. Só recebemos em troca se a outra pessoa pode, sabe e quer retribuir, na quantidade e do jeito que ela é capaz. Se não satisfaz, conversa para tentar equilibrar ou parte para outra.
Esse câmbio nem sempre é favorável aos dois. E não adianta partir para a especulação sentimental, inflacionando cobranças para buscar um retorno favorável do investimento feito ou pacotes para acelerar o relacionamento: se os dois não estiverem dispostos, o resultado é uma crise de proporções planetárias.
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