segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A economia do amar

Às vezes, eu sei que não posso exigir de algumas pessoas mais do que elas podem me dar. Mas inconscientemente acabo esperando delas algo além daquilo que elas me prometeram. E fico chateada, não só por não receber aquilo que eu gostaria, mas por ter esse desejo equivocado. 
Pior é nem poder explicar o porquê da cara amarrada, pois a pessoa vai acabar se sentindo cobrada, o que não é justo!
Já ouviu falar em sinuca de bico? Muito prazer!
Equilibrar a relação entre o que esperamos do outro e o que o outro se comprometeu a nos dar em troca é um dos pontos chave para o sucesso de uma relação. Claro, afinal, amar nunca foi um verbo intransitivo. Também não é uma equação matemática, do tipo: olha, eu te dou um pouco de carinho, aí você me retribui com um beijo, a gente soma um cafuné e subtrai um ciúme besta. Porque fazer carinho no outro é bom para quem faz e quem recebe. Ninguém beija sozinho no máximo beija a mão, o espelho ou a laranja. Fazer sexo é um ato que exige, no mínimo, duas pessoas. Ou seja, tudo que fazemos num relacionamento vai e volta isso não é um trocadilho
Agora, a partir do momento em que um dos dois faz algo somente pensando naquilo que receberá em troca, aí sim a coisa fica estranha. Sentimentos e atos ligados a eles não podem ser considerados moedas de troca.  
Atenção, carinho, compreensão, palavras e silêncios, colo, tudo isso são coisas que fazemos e pronto. Só recebemos em troca se a outra pessoa pode, sabe e quer retribuir, na quantidade e do jeito que ela é capaz.  Se não satisfaz, conversa para tentar equilibrar ou parte para outra. 
Esse câmbio nem sempre é favorável aos dois. E não adianta partir para a especulação sentimental, inflacionando cobranças para buscar um retorno favorável do investimento feito ou pacotes para acelerar o relacionamento: se os dois não estiverem dispostos, o resultado é uma crise de proporções planetárias.  

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