segunda-feira, 7 de novembro de 2011

S.O.S

Nesses últimos dias, um assunto se tornou recorrente em meus pensamentos: a necessidade de ajudar as pessoas. Não falo, neste caso, em ações de solidariedade, como trabalho voluntário ou assistencialismo, mas de ajuda a pessoas próximas a nós, com conselhos, colo, um ombro amigo, uma bronca ou apenas o silêncio compreensivo.
Eu tenho uma tendência de querer ajudar as pessoas, conversar, saber o que está acontecendo. Por outro lado, também acabo tentando impor a solução que me parece mais correta o que muitas vezes se mostra verdade. No fim das contas, é um dilema de difícil solução.
Essa é uma situação daquelas que acabam cansando a gente, porque demandam uma energia sentimental muito grande. Você está envolvida emocionalmente com a pessoa, que pode ser um familiar, marido, namorado, amigo próximo, mas precisa ser racional o suficiente para poder, da forma necessária ajudar. Duas questões são importantíssimas: o que é ajudar? Com saber que alguém precisa de ajuda?
Creio que não tenho cacife para nem chegar perto de respostas a essas perguntas. E isso me aflige por demais, porque não é raro acharmos que alguém de quem gostamos precisa de nosso apoio, e precisamos saber o que fazer nessas horas.
As situações são várias: problema de saúde, psicológicos, no trabalho, falta de grana, posturas inadequadas, dor de cotovelo, enfim, o que não faltam são exemplos.
O que fazer, por exemplo, quando alguém que você ama está depressivo, mas se recusa a assumir? Ou tem problemas com álcool ou cigarro? Ou vive, literalmente, no mundo da lua?
A solução é conversar, tentar fazer a pessoa entender que precisa de ajuda? Dar uma sacudida, mostrar que dessa forma ela vai afastar todos aqueles que gostam dela? Deixar para lá, pois cada um sabe de sua vida? Até que ponto vai a nossa responsabilidade como familiar, amigo ou companheiro (aqui abrangendo todo tipo de relação amorosa ou nem tão amorosa assim)?
Tenho de confessar que, em alguns casos, desisti. Em outros, tenho tentado desistir. Não sei se minha postura é a mais correta, a mais humana ou a mais covarde que poderia tomar. Mas confesso que essa opção veio depois de um sentimento de impotência. De não saber como ajudar. De não saber nem se devo ajudar ou se existe algo a ser ajudado.
Isso não me deixa em paz ou orgulhosa de mim, pelo contrário. Sempre caio no questionamento se haveria algo mais a ser feito. Se não era cedo demais. Ou tarde demais. Alguns ainda têm tempo, têm muito a aprender. Ou talvez, lá na frente, a vida lhes dê razão, apontando o dedo em riste para todos os que duvidaram. Para outros, o tempo é um fardo que oprime e praticamente mumifica a personalidade.
Como se manter próximo? Como demonstrar amor? Como ter paciência? E o futuro, o que reserva? Há esperança de mudanças ou as características tendem a se enraizar cada vez mais? A recusa por mudanças vem do medo, do orgulho ou simplesmente de uma visão deturpada da própria realidade? Ou da falta de visão da realidade?
Com uma angústia que tento calar em meu peito, decido que preciso cuidar de mim. Que as pessoas escolhem seus caminhos e precisamos respeitar isso, sem deixar de mostrar que estamos por perto. Como minha mente funciona em modo fast forward, imagino que vou me arrepender dessa decisão no futuro. Pensar que se tivesse feito tal coisa de tal jeito, talvez o resultado fosse diferente. Infelizmente, hoje, não tenho outra decisão para tomar, apenas tentar aprender a como lidar com isso tudo.

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