sábado, 18 de agosto de 2012

Sn, 50

  O estanho é um metal maleável e sólido nas condições ambientais. Não se oxida facilmente e é resistente à corrosão. É altamente cristalino. Provavelmente por isso as bodas de estanho se referem aos 10 anos de casamento ou de relacionamento, no meu caso.
  Depois de 10 anos, muitas coisas ficam mais simples se as pessoas estão dispostas a ficar juntas. É um momento em que ou se aceita a pessoa como ela é ou nada vai adiante. Porque a essa altura do campeonato, quem deixa a toalha em cima da cama vai continuar deixando e quem não abaixa a tampa do vaso vai continuar sem abaixar.
 Depois de 10 anos, não há mais espaço para segredos bobos e constrangimentos infundados. Para um casal que quer ficar junto, a relação é transparente. Cada um conserva a sua individualidade, seu espaço, mas a relação flui sem mistérios.
  Quando eu penso que poderia ter casado há mais tempo e coisas do tipo, percebo que a coisa talvez não tivesse dado certo. Quando perguntavam porque a gente não tinha casado, Erico sempre brincava e eu ficava puta da vida de que para casar tinha de conhecer muito bem a pessoa. No fim das contas, ele estava certo. Hoje a gente se conhece muito, se entende e se aceita. E isso não acontecia há alguns anos, muito por conta de meu temperamento explosivo. A gente poderia até ter casado, mas não sei se ainda estaríamos juntos hoje.
  Hoje eu percebo como a gente se completa, eu com meu jeito mais dinâmico, meio carreta desgovernada, ele com a postura mais passiva, mais ponderada. Ou seja, eu nunca daria certo com um "Marcello", o relacionamento dele com uma "Erica" não iria adiante. E pronto.
   E assim, que venha o casamento, que venham as batalhas de uma vida a dois, que venham as dores e as delícias de compartilhar sua existência com alguém. 



"Os opostos se distraem, os dispostos se atraem"


Nenhum comentário:

Postar um comentário