sábado, 16 de julho de 2011

"Caminante, no hay camino, se hace camino al andar"

Qualquer desafio ou meta em nossas vidas tem um poder imenso de transformação. O resultado almejado é muito importante, mas desconfio que o processo seja ainda mais valioso.
A partir do momento que traçamos um objetivo (de forma sincera e determinada), nosso corpo e nossa mente se programam para fazer aquilo acontecer. Claro, não vale aquele "querer" repetido meramente como uma forma de ver algo se realizar sem mover uma palha. A vontade tem de ser honesta, e aí tudo conspira a favor. Mesmo nos momentos em que achamos que vamos fraquejar, alguma coisa acontece e nos coloca de novo no eixo.
Quer um exemplo? Ontem eu estava muito, muito, muito cansada. Fui dormir tarde vários dias da semana trabalhando, acordei muito cedo para continuar trabalhando, ou seja estava no limite de minhas forças. Na hora do almoço, estão tão esgotada que não consegui sentir fome. Até me permiti pedir almoço em um restaurante que é mais caro, mas a comida é muito boa. Pensei: "Dei um duro danado essa semana, eu mereço!" Olhando o cardápio, nada me enchia os olhos, e olhe que, por alguns daqueles pratos, tempos atrás, eu teria feito loucuras. Simplesmente não rolava a empatia, nem mesmo com as sobremesas! Desisti de almoçar, o que não é uma boa ideia nunca. Comi algumas frutas e continuei a trabalhar. Mais tarde, tinha de resolver algumas coisas na rua, então precisaria comer para não passar mal. Tinha padaria, pizzaria, café e sorveteria por perto, mas eu não encontrava nada para comer. Aí começa a se formar na sua cabeça a ideia de mandar tudo para os ares e comer qualquer coisa porque você está com fome! Daí você encontra um mercado e se enche de esperança, porque não é possível que lá não exista algo comível. Ledo engano. O rol de opções não é assim tão amplo. Achei um bolo integral de banana e saciei minha fome. Claro, depois dessa odisseia, vim pra casa, porque já estava de saco cheio. Tomei uma sopa de verdura, comi um sanduíche de pão integral e, óbvio, fui dormir.
Tá, mas o que eu quis dizer com essa história de onça toda? Bom, eu poderia ter usado todas as desculpas para comer alguma coisa fora da minha programação. Eu estava faminta e cansada. Poderia ter me dado um "prêmio de consolação" por conta de minha semana difícil: que tal um chocolate, hein? Hmmm. Não é assim, no entanto, que o nosso corpo e nossa mente funcionam depois de um processo de reeducação (ou formatação). Você olha, olha, olha de novo e essas comidas não lhe dizem muita coisa. Você simplesmente não quer comer nada fora de sua dieta.
"Ah, mas eu nunca mais vou ter prazer em comer alguma coisa, nunca vou poder me permitir comer algo gostoso e que seja proibido?" Olha, nada é assim tão preto no branco. Claro que o prazer de comer ainda vai existir, mas ele deixa de ser a única razão para se comer. Com isso, esses prêmios ou compensações ligados à comida deixam de ser a regra. A comida não é mais uma válvula de escape. Os finais de semana liberados também ficam mais escassos, afinal, final de semana tem toda semana, e não é por isso que devemos enfiar o pé na jaca e sapatear, não é mesmo? O que acaba acontecendo é que a comida deixa de ser o centro das atenções de nossas vidas. Claro, saídas para bares e restaurantes vão continuar acontecendo, apesar de que, a essa altura do campeonato, já descobrimos que existem muitos outros programa de lazer a serem feitos, principalmente para casais.
Alcançar os objetivos é bom? Sim, é ótimo. Mas perceber, ao longo de todo esse processo, que podemos fazer coisas diferentes, mesmo depois de o cachimbo já estar torto, isso sim é importante, porque dá ânimo e motivação para todos os setores de nossa vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário