terça-feira, 26 de julho de 2011

Poder ser? Tranquilo?

Às vezes o trem sai do trilho. Férias que estavam programadas e tem de ser adiadas, um final de semana de descanso abalado pela necessidade de trabalho extra, aquele visita ao salão mais do que empurrada e uma virose derruba tudo, o feriadão afogado pela chuva... São centenas de exemplos, passaria dias aqui enumerando como as coisas podem dar errado.
Muitos de nós prezam por uma vida organizada e planejada, em que as coisas, para dar certo, tem de estar milimetricamente cronometrada. Sabe aquela brincadeira de adolescente em que dizíamos: com 24 esterei casada, com 27 terei filhos etc, etc etc? Pois é, mas a coisa, fora do papel de carta, não funciona bem assim.
Quem poderia imaginar que aos 24 o namoro estaria no auge, então casar para que? Aos 27, a ideia de casar até passa pela cabeça, mas precisa esperar o apartamento ficar pronto, a carreira estar num momento propício...
E aquela agenda semanal de trabalho, hein? Você organizou tudo certinho para ter uma folga na sexta, maaaaas... Não pensou na possibilidade de aparecer o dobro de trabalho, não foi?
Até o treino pode ser sabotado por, quem sabe, uma dor de barriga fulminante.
Enquanto alguns tentam manter a vida no cabresto, outros a mantém livres, leves e soltas. Vagam por aí sem planejamento, sem se prender a nada. O que importa é o hoje. Mais do que o hoje, o agora.
Eu não sei ter esse desprendimento, tampouco calculo cada passo de forma tão rígida. Acho até que já fui mais controladora nesse aspecto, hoje desencanei um pouco com as adversidades que sempre surgem em nosso caminho. Até já viajei sem ter reservado hotel, em pleno feriado de Tiradentes, para a cidade de Tiradentes. Tudo bem, quase me estrepei com isso, mas deu tudo certo no final.
A questão é saber a medida certa entre o planejamento e a irresponsabilidade, entre o engessamento e o impulso, porque não dá para viver no extremo, não é?
Além do mais, é preciso não fazer de cada acontecimento errado uma nova e particular versão do apocalipse. Sim, o mundo não é obrigado a viver conforme nossos planos. E sim também, somos nós que temos de lidar com essas intempéries, e não o mundo que tem de aguentar nossos chiliques.
Claro, existem casos e casos. Há situações em que as coisas não saírem do jeito que imaginamos é algo grave e até perigoso. Claro que é uma minoria no universo de hipóteses que podem dar errado. Nesses momentos, cabe ter calma para minimizar o prejuízo. Redução de danos, sabe como é?
Às vezes, só é preciso olhar um acontecimento com outros olhos para perceber que aquilo que parece estar desandando pode ser uma experiência melhor do que a prevista originalmente. Por exemplo, alguém que engravida sem planejar. É uma barra? Normalmente sim. São planos adiados, muitas vezes a questão da grana é difícil de ser equacionada. Mas as alegrias que um filho traz tornam irrelevantes ou menos tormentosas esses outros aspectos.
Só tem Pepsi, pode ser?

Nenhum comentário:

Postar um comentário