quinta-feira, 21 de julho de 2011

Run, Forrest, run!!!

Vamos correeeer!!
Eu cheia de ousadia, simplesmente ignorei a condromalácea patelar bilateral (ui!) e desatei a correr. Passei de 800m para 900m e ontem consegui correr dois trechos de 1km. Mega orgulhosa de mim.
É bem legal a sensação de superar os próprios limites, de fazer algo que achava que não conseguiria. Eu já vivi essa experiência antes.
Para quem não sabe ou não lembra, este é o Pico das Almas, Rio de Contas-BA.

São 1.980 m, sendo que em alguns trechos a subida é muito íngreme mesmo, onde é preciso usar as mãos para escalar! Além disso, essa trilha foi feita sob forte chuva em vários momentos. Ou seja, eu deixei a alma lá embaixo na esperança de pegar de volta depois, se aguentasse. Em vários momentos achei que não fosse chegar ao topo. Cheguei a dizer para Erico e o guia continuarem sozinhos que eu ficaria esperando. No fim das contas, não desisti.
Toda dor e todo cansaço desapareceram quando me vi entre as nuvens, quando olhei para baixo e tive a exata dimensão do quanto havia caminhado, de quantos obstáculos ultrapassei. Só quem vive esse tipo de experiência sabe do que estou falando.

A minha outra vivência de superação é ainda mais indescritível. Até hoje eu me surpreendo do que fui capaz de fazer.

O Abismo Anhumas é uma caverna no coração de Bonito-MS, onde só se chega de rapel. São 72 metros de descida, que começa em uma pequena fenda e se expande, dando início ao espetáculo. A descida dura pouco e termina no deck flutuante, em um lago de águas absurdamente cristalinas, que chega a 80 m de profundidade. Dentro do lago percebemos a formação de cones de calcário que chegam a 20m e lembram um vale. Quando fazemos a flutuação, a sensação é de estar voando por entre os prédios. Para cair na água, que é muito muito muito fria, usamos roupas de neoprene que cobrem da cabeça aos pés. Além do lago, a própria caverna dá o seu show, com espeleotemas das mais diversas configurações. As informações foram retiradas da memória e do site www.abismoanhumas.com.br.
Esse passeio foi um desafio do início ao fim.

A única vez que fiz rapel em minha vida foi aos 5 ou 6 anos de idade, no estacionamento do Shopping Iguatemi, na semana do exército. Nem se compara, né? Fora que no treinamento que fazemos no dia anterior, obrigatório para a verificação se seremos capazes de completar o passeio, a altura que subimos e descemos é de cerca de 7 ou 8 metros. Inclusive, este é um caso de rapel negativo, aquele que é feito sem contato com nenhum objeto, ou seja, nossos pés não têm apoio de parede, rocha etc. É sem ajuda!!
Pronto, depois da parte do para-baixo-todo-santo-ajuda, a flutuação é bem tranquila. A sensação de voar é uma experiência quase transcendental, única.
Fizemos também um passeio de bote, para ver mais de perto as formações rochosas e esqueletos de animais que cairam na caverna, além de ouvir explicações sobre a história da caverna, como se deu o início de sua exploração, além de outras curiosidades.
O bicho pega é na subida, que é feita pedalando, também sem apoio. Claro, se somente se chega na caverna de rapel, também só se sai dela de rapel. Quer saber? É foda!!!! Não tem outra palavra para descrever o quão difícil eu achei.
Eu subi, subi, subi, e quando perguntei quanto já tinha vencido, alguém respondeu: "6 metros". Isso se repetia a cada 2 metros.
Foram quase 40 minutos de subida, durante a qual eu pensei em desistir, pensei em ficar lá embaixo até alguém ir me buscar, procurei força em cada célula de minhas pernas e de meus braços para terminar, disse a mim mesma que se aquele gordinho que foi antes conseguiu eu também conseguiria e, quando finalmente cheguei lá em cima, a emoção foi tanta que custei a acreditar que fui capaz de fazer aquilo. Foi uma mistura de dor, adrenalina e lágrimas.
Valeu cada centímetro daquela corda desgraçada!

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