quarta-feira, 20 de julho de 2011

Já é tarde, mas até meia-noite ainda é Dia do Amigo.

Sim, hoje é dia do amigo e acho que não fui justa em não desejar feliz dia do amigo para quase ninguém. Qual a razão disso? Nem eu sei bem, mas acho que é por preferir dar um beijo e um abraço real nas tantas pessoas especiais em minha vida do que repetir a frase mais lida e escrita do dia (está nos TTs desde cedo).
Nunca fui uma pessoa de muitos amigos, nem exatamente popular ou carismática. Acho que é por isso que não tenho exatamente uma legião de amigos. Também não abro a boca para chamar qualquer um de amigo. Para fazer jus ao nome, tem de merecer.
Hoje, aqueles que estão no meu círculo de amizade são pessoas de todos os tipos. Tenho amigos mais próximos, amigos que sabem tudo de minha vida, amigos que só encontro de caju em caju, amigos para trocar figurinha, amigos com quem falo todos os dias, amigos com quem não falo quase nunca, amigos que estão longe, mas parece que nunca saíram de perto, enfim, amigos para todos os gostos.
E quem é meu amigo também sabe que tem em mim alguém totalmente confiável e disponível, alguém pronta para ajudar, ouvir e até dar bronca se necessário. Eu reconheço não ser uma pessoa exatamente de fácil convivência. Sou teimosa, por vezes intransigente e me acho a dona da razão. Quero que as pessoas tenham meu ritmo e imponho meu ponto de vista quase que o tempo todo. Por outro lado, sou muito sensata, tenho posturas apaziguadoras e sou muito prática, tenho sempre uma solução para tudo.
Acho que a beleza da amizade está na capacidade do ser humano de escolher alguém para estar perto mesmo com todas as diferenças e divergências. É saber que os anos passam mas o amor não esmaece, mas amadurece. É permanecer amigo ainda que distância seja grande e o tempo curto.
Então, aos meus amigos, deixo aqui minha gratidão pela sua presença em minha vida. Ainda que eu não seja boa com palavras, ainda que eu não seja de demonstrações muito efusivas de amor, perdoem essa capricorniana um tanto fria e às vezes de palavras cortantes, tão certa de suas convicções quanto do brilho das pessoas que a vida brindou com o dom da amizade.
Para finalizar, reproduzo aqui uma poesia de Vladimir Lênin, Carta ao Amigo:


Amigo, bendizer-te é parte do meu ofício.

Assim o faço tão-somente porque existo.

Não que me tenha sob olhos narcisos,

mas falar-te é quase que monologar comigo.

Há um ensaio, um esforço; e já vem sem aviso.

Escrever-te no impulso do instinto,

e só o faço porque existo.

Amigo, rezo tua força frente ao inimigo;

grito todo o amor que ora sinto.

Apesar das falhas, reaprendo contigo.

Apesar das faltas, tomo o teu partido.

Apesar das fraquezas, és fonte na qual me inspiro.

Zelar por teu nome, chorar a dor do teu conflito:

ergue-se a condição posta em desafio.

Pois que seja então em prol do teu equilíbrio.

Pois que seja para livrar-te do iminente perigo.

Mais que declamar. O faço e não hesito.

Tornando-te para mim cada vez mais bendito.

Isso, porque existo. E, se existo, há real motivo para isso.

Aquele que impera já desde o início

e que luto, mato e morro, todos os dias, amigo,

para que não finde no tempo, exíguo e esquecido.

Vladimir Lênin

07/2011



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