sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Nem tão de repente, trinta e (bem) pouco

Fazer 31 é é uma coisa meio "já cheguei até aqui, não dá para voltar atrás". Ou seja, eu entrei com os dois pés na casa dos 30. E se o espírito é #jaquetadentrodeixa, vamos fazer isso da melhor forma possível.
Dos 30 para os 30.1, acho que mudei muito pouco. Continuo rabugenta, reclamona e impaciente. E continuo tão velha quanto sou desde, sei lá, os 25. 
Fiz muitas coisas que gostaria, outras quem nem sabia que gostava, muitas que eu odiei. Ainda falta um bocado de coisa para realizar.
Lidei com situações difíceis de uma forma que acho que só é possível com certa maturidade. Engoli sapos como quem toma aspirina. Mas também agi como uma criança mimada ou uma adolescente birrenta. Quem nunca?
Tenho procurado fazer coisas novas, mudar velhos hábitos antes que o cachimbo entorte de vez a boca. Aprendi, no entanto, que minha bagagem, boa ou ruim, leve ou pesada, é minha. O que eu faço com ela também é uma escolha pessoal.
Nesses dias de inferno astral, pensei várias coisas sobre mim mesma, sobre o que quero, sobre o que não quero de jeito nenhum, sobre o que já consegui, sobre o tanto que tenho por fazer.
Passei a estabelecer metas realizáveis, modestas. Afinal, com a idade, a gente aprende que dar um passo maior que a perna é a forma mais certa de tomar uma queda. E queda mata. Isso não significa dizer que não tenho sonhos. Ou que me recuso a correr o risco de um tombo. Apenas guardo meus voos para os momentos certos. Ou não.
Ainda preciso aprender a lidar com a minha indignação e minha revolta. Ou aprender que lidar com a indignação e revolta, é na verdade, resignar-se. 
Preciso aprender a fazer ouvido de mercador e cara de paisagem mais vezes ainda que meu pensamento esteja xingando a pessoa dos mais perversos nomes.
Preciso ser mais tolerante com aqueles que não tem o mesmo ritmo que eu. E entender que não necessariamente meu ritmo é o mais correto e que não pode ser imposto por mim a ninguém mas posso dar um grito de pressa em meu marido de vez em quando.
Preciso aprender a dizer não a certas pessoas. E a não esquecer e desculpar determinadas coisas. Preciso colocar em minha cabeça que algumas coisas fazemos sem esperar nada em troca. Mas que quem não dá nada em troca quase nunca não pode receber o mesmo tratamento daqueles que fazem muito por nós. 
E, nesse 31ª aniversário, me dei um presente diferente. Não foi um notebook, não foi uma televisão, não foi uma bicicleta, não foi uma máquina fotográfica. No dia em que completo 31 anos de existência, me dei um presente que, quem sabe, uma dia, possa ajudar a existência de outra pessoa. Eu me tornei uma doadora de medula. Como não posso mais doar sangue, por conta do risco de anemia, queda de ferritina e outras coisas, pelo menos ajudo de alguma forma. É rápido, prático e indolor.




E só para finalizar, descobri apenas hoje que, além do Dia do Fico, hoje é também aniversário de Simone de Beauvoir que, se estivesse viva blá blá blá. Senti certo orgulho.
Ainda, quero aproveitar e agradecer ao tantão de mensagens que recebi. Não importa se a lembrança foi espontânea ou se teve uma ajudinha do Facebook. O que interessa mesmo é que um monte de gente querida parou e, por alguns segundos, pensou em mim, desejou coisas boas e emanou boas energias. Poucas coisas podem fazer um dia mais feliz.

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